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quinta-feira, 12 de maio de 2016

O que o CE pode esperar do governo de Temer

De mudança para o Palácio do Planalto e com chances de estabelecer moradia definitiva no comando do Executivo nacional até 2018, o vice-presidente Michel Temer tem enumeradas diversas medidas impopulares em sua missão de fazer o Brasil voltar a crescer, conforme apontam os economistas. Nesse cenário, avalia-se que o Ceará deve ter projetos prioritários como a Transposição do Rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina mantidos, mas sofrerá com cortes e recessão como os demais estados do País.

"Seja o Temer ou quem for governar, terá que cortar e vai priorizar projetos prioritários ou os já adiantados, onde tem muito dinheiro aplicado. Ele vai olhar para o projeto e a importância que ele tem para a Região e dar seguinte", analisa Ênio Arêa Leão, vice-presidente técnico do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), acrescentando que "o impacto que empreendimentos como a Transposição trazem é muito maior que o investimento necessário para concluí-lo".
Sobre os programas de transferência de renda como o Bolsa Família, o economista diz não acreditar que o vice-presidente decida encerrá-los, vide o "custo político muito grande para um governante tirar esses benefícios". "O governo que se estabelecer vai ter que dar continuidade a estes projetos. Como uma pátria desenvolvida não dá para manter uma divisão entre Norte e Sul", afirma Wilton Baher, vice-presidente de Desenvolvimento do Ibef-CE.
Ambos lembram que "o Nordeste foi muito beneficiado" com tais políticas e "apostam que o novo governo trará ânimo para economia brasileira", não sem antes promover uma temporada de medidas econômicas duras e impopulares.
Contingenciamento
A concessão do Aeroporto Internacional Pinto Martins, por exemplo, está dentro dos projetos que o vice-presidente técnico do Ibef vê ameaçado pela falta de estabilidade que o investidor ainda enxerga no Brasil. De acordo com ele, o trabalho da equipe econômica de Temer se daria para estabelecer uma relação de confiança entre o mercado e o governo brasileiro para, então, garantir recursos e, por fim, voltar a crescer.
"Se esse governo vier com uma proposta clara de ajustar economia, fazer o País economizar para reduzir dívidas e apresentar uma política séria de gastos, recuperamos a economia. Adicionalmente, os governos não tem dinheiro para investimento. Então, se Temer fizer esse pacote de privatização que ele pretende, a gente vai ver muito dinheiro entrando no País e no Nordeste", arremata Ênio, em concordância a Baher, que aponta a Lei de Responsabilidade Fiscal e as recentes decisões da Justiça como herança benéfica dessa crise econômica.
Pilares
Ainda relegada aos bastidores e identificada em declarações anônimas, a equipe econômica do provável governo Temer já fez pública a estratégia da qual se utilizará para fazer a economia nacional retomar uma crescente positiva. Na pauta, figuram temas que apavoram a população, como as mudanças na Previdência, no cálculo do Salário Mínimo e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central da gestão Lula, e já declarado o nome que assumirá o Ministério da Fazenda de Temer, já anunciou que os pilares de seu comando à frente da pasta serão três: a reforma da Previdência, a racionalização do sistema tributário e o estabelecimento de um teto para o crescimento dos gastos públicos.
O retorno da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), no entanto, segue ainda como um tema delicado nas declarações dadas por Meirelles e Temer. O encontro dele com líderes empresariais como os presidentes de federações da indústria - declaradamente contra a medida desde que proposta pelo ex-ministro Joaquim Levy, na primeira metade do ano passado - inibe o interesse do novo governo de levar à frente o projeto para votação no Congresso Nacional.

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