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terça-feira, 31 de maio de 2016

Grupo não quer diálogo com Temer

Londres. O eurodeputado espanhol Xavier Benito enviou uma carta à representação da União Europeia (UE) para Política Externa e Segurança para que a entidade não negocie com o presidente interino brasileiro, Michel Temer, que lidera o acordo comercial entre o bloco da Europa e o Mercosul.No documento, que foi assinado por mais de 30 eurodeputados de diferentes grupos políticos e nacionalidades, Benito, do partido espanhol Podemos, denuncia a falta de "legitimidade democrática" do governo de Temer, que substitui Dilma Rousseff enquanto a presidente passa pelo processo de impeachment.

A carta foi direcionada a Federica Mogherini, responsável da UE para Política Externa e Segurança. "O acordo comercial com Mercosul", argumenta Benito, "não só se limita a bens industriais ou agrícolas, mas inclui outros afastados como serviços, licitação pública ou propriedade intelectual. Por isso, é extremamente necessário que todos os atores implicados nas negociações tenham a máxima legitimidade democrática: a das urnas", afirmou o eurodeputado.
Benito, também primeiro vice-presidente da delegação do Parlamento Europeu (PE) para as Relações com o Mercosul, reivindica que a UE dê "total apoio e envolvimento para o restabelecimento da ordem democrática no Brasil". "Duvidamos que este processo de negociação tenha a legitimidade democrática necessária para um assunto desta magnitude", afirma, acrescentando que "é necessário suspender as negociações entre a UE e Mercosul já que tal acordo comercial não deveria ser negociado com o atual governo brasileiro".
Defesa
Após o afastamento de Dilma, parte da imprensa europeia passou a registrar críticas ao processo de impedimento e ao governo Temer. Como reação a esses textos, autoridades brasileiras como o ministro de Relações Exteriores, José Serra, e o embaixador do Brasil para o Reino Unido, Eduardo dos Santos, têm tentado se defender com o envio de cartas para as publicações.
Ontem, José Serra disse, em Paris, que o governo brasileiro pretende aproximar-se dos Estados Unidos e do Canadá como forma de pressionar a UE a avançar em um acordo de livre comércio com o Mercosul. A declaração foi feita às vésperas de seu primeiro encontro com a comissária europeia de Comércio Exterior, Cecilia Malmström, na quarta-feira, quando os dois discutirão o estado das negociações, que se arrastam há 20 anos.

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