O anúncio oficial do pacote para a concessão de equipamentos do Estado à iniciativa privada deverá ser feito em dois meses. O pacote incluirá aproximadamente dez empreendimentos, entre os quais o Acquario, o Centro de Eventos, o Centro de Formação Olímpica, o Cinturão Digital e a usina de dessalinização. A lista não está fechada, uma vez que o governador Camilo Santana ainda avaliará internamente cada caso para tomar uma decisão.
Nesta quarta-feira, a McKinsey & Company apresentou ao governador o relatório de estudos sobre o potencial de 54 equipamentos estaduais serem colocados à iniciativa privada, seja por meio de concessão ou de parcerias público-privadas (PPPs). De acordo com o secretário de Planejamento, Hugo Figueiredo, foi feita uma avaliação para estabelecer prioridades e definir um conjunto menor, de cerca de dez empreendimentos, para anunciar em um pacote.
A secretária de Desenvolvimento Econômico do Ceará, Nicolle Barbosa, afirmou que esse processo se dará em etapas, com pequenos grupos de equipamentos para a concessão por vez. "A ideia é deixar uma quantidade pequena de empreendimentos para serem apresentados à iniciativa privada e, em um segundo momento, daríamos sequência com um novo grupo de equipamentos", explicou.
A concessão dos aeroportos regionais de Aracati, Jijoca de Jericoacoara, Iguatu e São Benedito, por exemplo, que estavam sendo avaliados, deve ficar para outro momento, conforme a reportagem apurou com uma fonte do Palácio da Abolição.
Figueiredo acrescentou, ainda, que, a partir de agora, o Estado do Ceará vai avaliar não só a atratividade de cada empreendimento, mas também a capacidade de disponibilizá-los para que a iniciativa privada faça a sua gestão. Além de discussões internas para definir quais equipamentos serão prioritários nesse processo, o secretário destacou ainda que cada um deles terá uma sequência diferente.
Estudos
"Tem alguns (equipamentos) que já estão maduros e poderão, com os estudos que o próprio Estado elaborar, já serem colocados para a iniciativa privada. Agora, há outros que vão carecer de um aprofundamento mais detalhado, que vão requerer propostas de manifestação de interesse de empresas interessadas. E tem outros ainda que irão requerer estudos mais aprofundados, que o próprio Estado irá contratar", explicou.
Após o anúncio do pacote de concessões ao mercado local, será feito um road show para a divulgação dos equipamentos à iniciativa privada em outros estados do Brasil e até mesmo no exterior. No fim de abril último, Camilo afirmou que investidores externos seriam o principal público-alvo do projeto, dado o momento de incertezas vivido no País e a alta do dólar, o que o tornaria uma oportunidade vantajosa para estrangeiros.
Prioridades
Entre os equipamentos, Figueiredo apontou como prioritários o Cinturão Digital; o Centro de Formação Olímpica, que está em processo de conclusão; e o Acquario Ceará, cujas obras ainda não foram concluídas. "São ativos que estarão ainda em discussão, o governador não decidiu. A gente vai debater internamente, inclusive com a Federação das Indústrias do Ceará e o Movimento Brasil Competitivo", diz.
Já Nicolle Barbosa destacou que a prioridade deverá ser relacionada à questão hídrica, uma vez que o Estado enfrenta o quinto ano seguido de seca. Para isso, deve ser incluída no pacote de concessões a usina de dessalinização para o abastecimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).
"A água que vai para o Cipp vem do Açude Castanhão. Se a gente resolver a questão hídrica de lá, seja com a dessalinização ou com o tratamento de efluentes, essa água do Castanhão não vai precisar ser direcionada ao Complexo", pontuou.
"O importante é que o Estado está tendo essa atitude de deixar esses investimentos serem feitos pela iniciativa privada. A crise não é permanente e, quando o a confiança do empresariado para investir estiver voltando, já teremos partido na frente", concluiu Nicolle Barbosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário