Em busca de captar investimentos externos, o Ceará receberá, na próxima
segunda-feira (18), mais uma delegação diplomática. Está agendada a visita de
uma comitiva da Hungria, que, após ser recebida pelo governador Camilo Santana
no Palácio da Abolição, deverá conhecer as instalações do Complexo Industrial e
Portuário do Pecém (Cipp) e da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) Ceará.
Na pauta de discussões, questões relacionadas ao setor tecnológico, à
fruticultura e a intercâmbios universitários, entre outras.
De acordo com Antônio Balhmann, assessor especial de Assuntos
Internacionais do governo, uma das tratativas a ser trabalhada com os
representantes do país europeu será a exportação de frutas do Ceará.
"A Hungria tem uma grande vivência na área agrícola e tem muito
interesse comercial na questão da fruticultura", apontou. Um dos temas que
deverão abrir as negociações, entretanto, é o desenvolvimento de intercâmbios
universitários entre instituições de ensino cearenses e húngaras. "Eles
estão muito interessados nesse ponto", ressaltou o assessor.
Por outro lado, um dos interesses do Ceará com a visita da comitiva
húngara está inserido nos setores tecnológico e ambiental. "Eles têm uma
grande expertise que é o tratamento de água e afluentes. Talvez esse seja o
principal tema de discussão nessa área de tecnologia, e nós estamos muito
interessados", adiantou Bahlmann.
"Mas muitas outras questões serão apresentadas e conhecidas no
encontro, para estreitar relações e identificar pontos de interesse",
acrescentou.
Será a primeira aproximação entre o Estado e a Hungria. De acordo com
Bahlmann, países que eram ligados à União Soviética desenvolveram polos de
tecnologia avançados e têm procurado se inserir no mercado global. "Na
América Latina, o Brasil é a pedra fundamental. Estamos abrindo esse campo com
o intuito de aproveitar o esforço que eles estão fazendo para captar
oportunidades de desenvolvimento mútuo", pontuou.
A vinda da delegação húngara acontece após as visitas de comitivas da
Espanha, da Província de Fujian (China), do Vietnã e da Bielorrússia neste ano.
Bahlmann apontou que o governo tem procurado abrir espaços para
investimentos externos, ainda que a imagem do País não esteja boa lá fora por
conta da conjuntura política e econômica brasileira.
"O próprio cenário mundial está complicado e os países emissores de
capital, que é o que nos interessa, estão lidando com migrações, ataques
terroristas", ponderou o assessor.
Fábricas
Ainda assim, o governo já conseguiu acordos promissores, como a possível
atração de uma fábrica de pneus, uma filial da Belshina Tires, e outra de
tratores da Planta de Tratores de Minsk, ambas sediadas na Bielorrússia, que
podem ser construídas no Cipp. Esta última seria uma joint-venture entre
empresários cearenses e europeus. A primeira etapa do empreendimento seria a
montagem dos equipamentos e, após consolidada, ocorreria a produção de motores
e peças. Só então é que se daria a montagem dos veículos no Ceará. Em outro
momento, começaria a produção de peças e motores.
O governador deverá retribuir a visita à Bielorrússia em novembro.
"Eles levaram todas as informações e estão desenvolvendo estudos. Só
depois que estiverem concluídos e eles nos apresentarem poderemos ter mais
detalhes", informou o assessor de Assuntos Internacionais.
Montadoras
Outra prospecção realizada, desta vem em parceria com a província de
Fujian, na China, é a instalação da montadora de veículos Zotye na ZPE. Outras
montadoras da China e da Bielorrússia também estariam interessadas em se
instalar no local, segundo informou Bahlmann.
O assessor irá se encontrar hoje com representantes da Zotye no Brasil
para dar prosseguimento à negociação.
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