Uma das metas do Plano Nacional
de Educação (PNE), sancionado em 2014 pela presidente Dilma Rousseff, é, no
prazo de 10 anos, alfabetizar todas as crianças brasileiras até, no máximo, o
3º ano do ensino fundamental. Apesar de ainda não ter atingido o objetivo por
completo, o Ceará já registra avanços. De acordo com dados do Ministério da
Educação, compilados pelo site Observatório do PNE, em 2014, os níveis de
proficiência em leitura e escrita dos estudantes cearenses ao final do ciclo de
alfabetização foram os melhores dentre os estados do Nordeste.
Segundo
o levantamento, que teve por base as informações da Avaliação Nacional de
Alfabetização, naquele ano, 85% das crianças da rede pública cursando o 3º ano
conseguiam ler adequadamente. O índice foi, com folga, o maior da Região. Em
segundo lugar, ficou o Estado do Rio Grande do Norte, onde 64,9% dos alunos
alcançaram bons resultados.
Na
habilidade de escrever, embora menor e mais distante da meta, o percentual
também teve destaque no Nordeste. Um total de 61% dos alunos no Estado chegaram
a níveis adequados de escrita. No restante da região, o índice mais alto foi,
novamente, o do Rio Grande do Norte, com 54,2%.
Acompanhamento
O
coordenador de Cooperação com os Municípios da Secretaria de Educação do Estado
(Seduc), Henrique Martins, considera os números positivos e afirma que o bom
desempenho dos estudantes pode ser atribuído às iniciativas do órgão na área de
alfabetização, em especial o Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic).
Conforme o gestor, os esforços da Secretaria da Educação do Ceará envolvem
capacitação de professores, monitoramento por meio de avaliações e
acompanhamento dos alunos, distribuição de material paradidático, premiação de
escolas e outras ações.
O
coordenador destaca que, na prática, a Seduc trabalha com a proposta de
alfabetizar as crianças ainda no 2º ano do ensino fundamental, antecipando o
objetivo do PNE. Mesmo seguindo uma meta mais ambiciosa, os resultados são
satisfatórios.
As
análises feitas pelo órgão por meio do Sistema Permanente de Avaliação da
Educação Básica do Ceará (Spaece) mostraram que, em 2014, 85% dos alunos desta
série já se encontravam nas últimas escalas de alfabetização, chamadas
alfabetização suficiente e alfabetização desejável. Dos outros 15%, 10% estavam
na escala intermediária e apenas 5% nas duas escalas iniciais, alfabetização
insuficiente e não alfabetizados. "O Ceará já estabeleceu a prática de
alfabetizar até os sete anos de idade, que seria o 2º ano. Como fazemos a
avaliação nessa série, ainda temos mais um ano para trabalhar a leitura e a
escrita dentro ciclo de alfabetização", explica Martins.
Diante
dos índices de escrita mais baixos, este deve ser foco para os próximos anos,
diz o coordenador. "Nossa meta era ter todas as crianças alfabetizadas.
Ainda temos 15% que não estão. Agora, estamos reforçando esse trabalho com os
alunos que têm dificuldades", ressalta.
Avaliação
Para a
professora Adriana Braga, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do
Ceará (UFC), é imprescindível que os alunos cheguem ao 3º ano do ensino
fundamental mostrando domínio da leitura e da escrita. "Este aspecto é
determinante para o bom desempenho do alunado em todo o seu percurso escolar. O
aluno terá mais chances de desenvolver melhor a interpretação e compreensão
textual, bem como o raciocínio lógico necessário à aprendizagem adequada em
qualquer disciplina que vier a estudar", afirma a especialista.
Na
visão de Adriana, os índices de 2014 representam melhorias se comparados aos de
anos anteriores, mas o Ceará ainda precisa avançar muito se quiser atingir as
metas do Ministério da Educação. "É preciso melhorias contínuas das
metodologias já utilizadas, que precisam de renovação e atualização para que o
alcance da aprendizagem se eleve cada vez mais. Outro aspecto primordial é em
relação à formação dos professores. É necessário que os cursos de licenciatura
em Pedagogia atualizem seus currículos no intuito de fortalecer a preparação do
professorado", diz a professora.
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