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quarta-feira, 9 de março de 2016

Risco de infecção cresce com a alta temperatura

Vômito, febre, dor abdominal e a incômoda diarreia. Estes são os sintomas das infecções que têm lotado hospitais e postos de saúde nos últimos meses no Ceará, as Doenças Diarreicas Agudas (DDA). De acordo com o mais recente boletim da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), divulgado no dia 4, já foram registrados, neste ano, 66.284 casos de enfermidades do tipo na Capital e no Interior. Segundo especialistas, as altas temperaturas e o início da quadra chuvosa no Estado são os principais responsáveis pelo alto número de ocorrências.

As DDA podem ser causadas por vírus, bactérias e outros parasitos adquiridos, principalmente, por meio da ingestão de água e alimentos contaminados ou do contato direto com pessoas doentes. A maior quantidade de casos foi contabilizada em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, onde 4.492 receberam diagnóstico positivo para as doenças. Em seguida, vieram as cidades de Caucaia (2.436) e Quixadá (2.404). Na Capital, a Sesa identificou 1.632 registros.
Robério Leite, infectologista do Hospital São José (HSJ), referência no tratamento de doenças infecciosas, explica que a grande quantidade de ocorrências no começo do ano é comum e resulta, em parte, da mudança climática. "Sempre tem um aumento de casos na época de temperaturas mais quente. É uma variação sazonal esperada. Acontece provavelmente porque há uma maior circulação de vírus e, no caso das DDAs causadas por bactérias, porque o calor compromete a conservação dos alimentos", diz o médico.
Chuvas
Ao mesmo tempo, conforme o infectologista Anastácio Queiroz, o início da estação de chuvas contribui para a disseminação das DDAs, uma vez que a água pode carregar mais facilmente os microorganismos causadores das infecções. "Em dias de chuva, as pessoas costumam cumprimentar as outras com mãos molhadas e se aglomerar em ambientes fechados, duas situações que facilitam bastante a transmissão de doenças", afirma.
Queiroz destaca que, apesar de incômoda, as DDAs, em geral não possuem alto nível de gravidade e permitem recuperação rápida. No entanto, alguns grupos de pessoas, por terem sistemas imunológicos frágeis, estão mais suscetíveis a contrair as doenças e podem desenvolver complicações. É o caso de crianças, idosos e portadores de condições que comprometem as defesas do corpo. "Pessoas com problemas cardíacos e doenças que causam imunosupressão e crianças desnutridas são alguns dos grupos que precisam de atenção especial", ressalta.
Para evitar a contaminação, os médicos recomendam constante higienização das mãos e cuidado no manejo e no preparo de alimentos. Já em relação ao tratamento das pessoas infectadas, Robério Leite salienta a necessidade de manter-se hidratado. "É preciso fazer hidratação com soro oral, manter uma alimentação básica e oferecer outros líquidos. Em casos mais graves, é melhor ir ao hospital para fazer a administração de soro intravenoso", diz.

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