Em novembro de 2015, o Diário do Nordeste foi ao bairro Lagoa, no Pecém,
e constatou que a fuligem do carvão mineral transportado pela esteira de
minérios do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) estava causando
sérios transtornos aos moradores locais, que tinham suas casas invadidas pelo
pó de carvão, além de serem incomodados pelo barulho do equipamento. Mais de
três meses depois, a situação não mudou muito, posto que, ontem, a reportagem
voltou a receber, por meio da ferramenta "Vc Repórter", novas
denúncias sobre o assunto.
Segundo Euriclécia Andrade, moradora do bairro Lagoa, o problema é tão
sério que a forçou a se mudar do local onde residia. "Ocorre um descaso
com a pequena população que fica situada próximo ao centro de Pecém. Eu tive
que fechar minha casa e vir morar de aluguel, pois não aguentava mais conviver
com pó de carvão mineral", afirma.
Conforme a moradora, o EDP (grupo que detém a Energia Pecém, empresa que
administra uma das termelétricas) garante que o produto não é tóxico e tampouco
causa poluição, mas, segundo ela, não é essa a realidade. "Temos pó de
carvão na comida, na água, por todo lado. Além disso, populares estão ficando
doentes. O barulho da esteira também é ensurdecedor", diz.
Multa de R$ 60 mil
Há duas semanas, o Ibama recebeu denúncias referentes ao pó de carvão no
Pecém, onde constatou poluição e aplicou multa de R$ 60 mil a Cearáportos. No
último sábado, o órgão voltou ao local, mas a esteira estava desligada e sem
irregularidades. Através de sua assessoria, a Energia Pecém disse que "vai
apurar todas as ocorrências apontadas", mas que não tinha como responder
todas as demandas até o fechamento desta edição.
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