Brasília. O diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), Marcelo Guaranys, se reuniu ontem com o ministro da Fazenda,
Nelson Barbosa, para mostrar as dificuldades que o órgão terá para dar
continuidade ao processo de concessões de aeroportos. Com o fim da mandato de
Guaranys no dia 19 próximo, haverá falta de quorum no colegiado porque outro
diretor, Cláudio Passos, também está em fim de mandato na Agência, que conta
atualmente com quatro diretores dos cinco previstos.
Ele não informou quando o governo irá decidir pela escolha dos novos
integrantes da Anac. Segundo, Guaranys, funcionário de carreira do Tesouro
Nacional, os nomes terão que ser escolhidos pela Secretaria de Aviação Civil e
depois encaminhados para o Gabinete Civil da Presidência da República. "A
minha preocupação é com o funcionamento da Agência. Vai ficar sem quorum a
partir de agora. Quando acabar o mandato, tenho que ser devolvido para o
Ministério da Fazenda, além de ter uma regra de quarentena", disse, ao
deixar o encontro com o ministro da Fazenda. O governo prevê para este ano a
concessão dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre,
ainda no primeiro semestre, mas os trabalhos dependem da aprovação do Tribunal
de Contas da União (TCU) e da formação de quorum na Anac.
Grande interesse
Sobre as concessões, Guaranys enfatizou que existe um grande interesse
de bancos, empresas e operadores aeroportuários. Ele disse, também, que vários
grupos têm procurado a Anac para obter informações sobre o processo de
concessão. Segundo ele, há grande "atratividade" no negócio.
"Esperamos ter um número bom de concorrentes, mas não sabemos quantos. Em
todas as nossas concessões, não sabíamos bem o número de consórcios, nem
divulgávamos isso. É importante para a concorrência", ressaltou.
O diretor-presidente da Anac descartou o afastamento dos investidores
ante ao atual cenário político e econômico do País. Guaranys frisou que esse tipo
de projeto é de longo prazo, de 25 a 30 anos. "Problemas conjunturais,
como os que estamos vivendo, não devem afugentar (os investidores) para
projetos de tanto tempo. A gente sabe a demanda de transporte aéreo do País,
desde a criação da Anac. A gente já cresceu 117%. Dobrou o número de
passageiros. O setor continua atrativo e a gente tem mais capacidade de
crescimento", disse. Ele informou, ainda, que a maior participação de
empresas estrangeiras nas companhias aéreas, anunciada recentemente, não precisa
de regulamentação.
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