Aguardado com bastante temor pelos consumidores cearenses - já abalados
com tantos aumentos neste ano -, o reajuste do Imposto Sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente na gasolina começou a ser ajustado nas
bombas dos postos de combustíveis do Estado. Menos drástico que os R$ 4,09 ou
até R$ 4,15 especulados uma semana antes do aumento virar verdade, o preço da
gasolina é encontrado por R$ 3,99/litro.
No entanto, o aumento em Fortaleza passou dos R$ 0,08 a R$ 0,10 também
especulados nos últimos dias, vide que o preço médio da gasolina, segundo a
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foi medido
em R$ 3,865 por cada litro.
Entre os mais de 20 postos que a reportagem percorreu na última
quarta-feira (2), apenas dois haviam mudado o preço nas bombas: um de bandeira
Esso entre o quilômetro 6 e o quilômetro 7 da rodovia BR-116 e um posto de
bandeira BR às margens da rotatória do Centro Administrativo do Cambeba. Em um
deles, a alta foi de R$ 0,16 no valor do litro, que passou de R$ 3,83 para R$
3,99.
Nos demais comércios varejistas de combustíveis dos bairros Aerolândia,
Cambeba, Dionísio Torres, Seis Bocas, Messejana, Sapiranga e Papicu,
percorridos pela reportagem, o preço médio pesquisado uma semana antes pela ANP
continua em vigor.
Tempo não evitou surpresa
O reajuste era esperado desde 1º de março, como estabeleceu a lei
aprovada pela Assembleia Legislativa do Ceará ainda em novembro do ano passado
após pedido expresso em mensagem enviada pelo governo estadual. No entanto,
segundo argumentaram alguns empresários do setor neste meio tempo, a
antecedência com a qual foi anunciada a mudança nos preços fez com que os
postos se preparassem e fizessem estoque.
No entanto, todo esse tempo não impediu que alguns consumidores fossem
pegos desprevenidos. Os representantes de laboratório Marcos César e Érica
Leitão, por exemplo, só tomaram ciência do aumento da gasolina na última tarde,
quando pararam para abastecer em um posto da BR-116. "Nossa, olha aquilo
que absurdo", surpreendeu-se Érica apontando para o letreiro do posto que
exibia: "Gasolina comum - R$ 3,99/L". "Foi uma surpresa para
nós", admitiu Marcos, contanto que o automóvel deles é abastecido uma vez
por semana e, de 15 em 15 dias, gastam mais porque o trabalho exige que eles vão
a Sobral.
Em média, o gasto por eles chega a R$ 180,porém, agora, os dois
representantes já se preparam para um aumento significativo nos gastos.
Este movimento, inclusive, deve refletir ainda em outros artigos que
dependem dos transportes para chegar ao consumidor.
Enquete
Não há alternativa para a alta
"Isso tudo é um absurdo para mim. Daqui a pouco, vamos ter que
deixar o carro na garagem e sair a pé. Isso porque não temos opção nenhuma,
temos que aceitar esses aumentos empurrados na gente"
Vanessa Silva
Professora
"O pior é que não tem nem papo, nós temos que aceitar. Geralmente,
para ter uma ideia, costumo gastar R$ 40 em três dias. Hoje, eu já estou
abastecendo R$ 50 para ver se dá. Também não consigo abrir mão do carro"
Tarcísio de Souza
Mestre de obras
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