O volume de vendas do comércio cearense varejista ampliado - que inclui
setores de materiais de construção e veículos - fechou o ano de 2015 em queda
de 8,3%, nona menor retração dentre as 27 unidades federativas. O resultado,
bem distante da variação registrada em 2014 (alta de 4%), é a maior retração
desde dezembro de 2005. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC),
divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O grupo com maior retração no ano foi o de equipamentos e materiais para
escritório e informática, com queda de 25,1%. Outro segmento responsável por
puxar para baixo a variação do volume de vendas no varejo ampliado no Estado
foi o de veículos, motocicletas, partes e peças, que registrou um decréscimo de
17,8% no acumulado do ano passado.
Também apresentaram números negativos os setores de eletrodomésticos,
que recuou 12,6%; papelaria, cujas vendas despencaram 11,8%; material de
construção, com queda de 8,4%; móveis (-7,8%); hipermercados, supermercados,
produtos alimentícios, bebidas; e fumo (-5,2%) e Combustíveis e lubrificantes
(-4,4%).
Avanços
Na contramão das variações negativas, os artigos farmacêuticos, médicos,
ortopédicos, de perfumaria e cosméticos encerraram o ano passado com
crescimento de 6,1% nas vendas. Além deste, o segmento de tecidos, vestuário e
calçados e outros artigos de uso pessoal e doméstico tiveram aumento de 2,1% e
0,4%, respectivamente, nas vendas no ano de 2015. Já em termos de receita
nominal de vendas no varejo ampliado, o recuo foi de 1,8%. Em dezembro de 2015,
na comparação com igual mês do ano anterior, a queda registrada foi de 4,5%.
Pior ainda não passou
O presidente da Federação da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Ceará
(FCDL-CE), Freitas Cordeiro, avalia que, apesar de o pior ainda não ter
passado, o Estado tem o diferencial da vocação turística e da criatividade para
o comércio. "Eu acredito que o pior não passou ainda, mas que está havendo
um esforço grande para que nós consigamos enfrentar esta situação",
afirma.
Freitas destaca ainda a importância de, diante do atual cenário, que
hajam políticas governamentais que estimulem o comércio. "Algumas
políticas devem ser revistas. É preciso incentivo. O varejo cearense é sempre
muito criativo, mas, dessa vez, é preciso não só criatividade, mas 'pé no chão'
e preparo para atender às demandas do consumidor, que agora não é mais tão
seletivo, mas continua consumindo".
Brasil
A retração no volume de vendas do varejo ampliado no País foi 0,3 ponto
percentual maior do que a verificada no Ceará. O ano passado fechou em queda de
8,6%, enquanto em dezembro, na comparação com o mesmo mês de 2014, o declínio
chegou a 11%. Considerando o resultado por setor, o de veículos, motocicletas,
partes e peças foi o que mais caiu, com variação de -17,8%. Apenas um dentre os
segmentos, o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e
cosméticos, cresceu 3%. A receita nominal caiu 1,9% , - 0,1 ponto percentual a
mais que o dado regional.
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