A decisão da Petrobras de sair do setor elétrico, o que incluiria a
venda da TermoCeará, em Caucaia, e do Terminal de Regaseificação do Pecém,
poderá ser positiva para o Estado, na medida em que esses empreendimentos
venham a ser operados por empresas especializadas em geração de energia.Para o economista e consultor internacional, Alcântara Macêdo, a
eventual venda desses ativos deve beneficiar tanto a Petrobras, que precisa
fazer caixa, como o Estado do Ceará, o qual precisa desses empreendimentos para
o funcionamento do polo metalmecânico do Complexo Industrial e Portuário do
Pecém (Cipp).
"Talvez até seja melhor que a Petrobras saia desses investimentos e
os entregue para empresas que tenha como atividade fim a operacionalização de
térmicas. Além disso, essas empresas vão gerar riqueza para o Estado, vão gerar
receita tributária e empregos", diz Macêdo.
"No meu entendimento, a Petrobras está tentando se desfazer de empreendimentos
que, mesmo rentáveis, não estão ligados à exploração de petróleo, que é a sua
atividade fim", disse.
TermoCeará
Com potência instalada de 220 megawatts, a Usina TermoCeará é voltada
para a produção independente de energia. A unidade é abastecida pelo Terminal
de Regaseificação de Pecém, primeiro terminal flexível de regaseificação de gás
natural liquefeito (GNL) no Brasil, que tem capacidade de transferir até 7
milhões de metros cúbicos por dia de gás natural para o Gasoduto Guamaré-Pecém (Gasfor).
Questões regulatórias
Entretanto, embora tenha colocado à venda suas 21 usinas termelétricas,
gasodutos e terminais de regaseificação (que recebem o gás importado em navios
em forma líquida), a conclusão do negócio esbarra em questões regulatórias,
segundo informou um executivo de uma grande empresa do setor elétrico que quer
comprar ativos. Para vender suas térmicas, a Petrobras terá de, primeiro,
chegar a um acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) sobre a regulação dos gasodutos.
O plano geral da Petrobras de venda de ativos para reforçar o caixa
pretende arrecadar, no total, US$ 57,7 bilhões (o equivalente a cerca de R$ 225
bilhões). Mas, até agora, a empresa só conseguiu se desfazer de 49% de uma de
suas subsidiárias, a Gaspetro, de distribuição de gás, por R$ 1,9 bilhão.
Ainda estão sendo negociadas parcerias na BR Distribuidora, concessões
para a exploração e produção de petróleo e gás, uma fatia da petroquímica
Braskem, fábricas de fertilizantes, terminais, dutos e navios, além das usinas.
Capacidade instalada
Juntas, as 21 usinas termelétricas próprias e alugadas que compõem o
parque gerador da Petrobras geraram 4.043 megawatts médios de energia elétrica
para o Sistema Interligado Nacional (SIN) em 2013. E 4.761 megawatts médios em
2014.
A rede de gasodutos se estende por mais de 9 mil km, parte dela ligada
aos terminais de regaseificação da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e de
Pecém, no Ceará.
Contatada, a Petrobras informou, via assessoria de imprensa, que não
iria se pronunciar sobre o assunto.
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