O setor de mármores e granitos é uma das prioridades para captação de
novas empresas para a Zona de Processamento e Exportação (ZPE), confirmou o
presidente do Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Ceará
(Simagran-CE), Carlos Rubens Alencar, após reunião realizada com os demais
empresários do setor, além do secretário de Assuntos Internacionais do Governo
do Ceará, Antônio Balhmann, e o Presidente da ZPE Ceará, Mário Lima Júnior.
Conforme Carlos Rubens, o Governo ficou entusiasmado com as
possibilidades e dados do setor cearense, que pretende ser, até 2020, o
terceiro maior exportador de mármores e granitos do Brasil, superando a atual
disputa com o Rio de Janeiro pela posição e atingindo a meta de US$ 200 milhões
anuais. "Em 2020, a nossa meta é disputar o segundo lugar com Minas
Gerais. O maior exportador do Brasil é o Espírito Santo", comenta.
Ainda de acordo com o presidente do Simagran-CE, a ZPE Ceará é
nitidamente um dos raros instrumentos de política industrial que o País possui,
colocando assim o Estado em posição de vantagem. "Agora a ZPE vai além da
Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e estamos otimistas com as oportunidades
interessantes para o nosso setor", diz. Atualmente, as exportações
cearenses de mármores e granitos somam US$ 19,7 milhões, com destaque para os
blocos, que são vendidos para países como Estados Unidos, Canadá, Hong Kong e
Taiwan.
Com relação à produção cearense de mármores e granitos, o Simagran-CE
informou que toda a parte de pedreira é quase totalmente proveniente da região
noroeste do Estado, onde destacam-se alguns municípios como Santa Quitéria,
Uruoca, Granja, Meruoca, Massapê, Sobral e outros nas proximidades.
Agregar valor
De acordo com Antônio Balhmann, o governo está fazendo um forte trabalho
para apresentar a ZPE Ceará aos empresários cearenses. Conforme diz, o setor de
granito tem potencial não somente para maximizar sua produção e comercialização
com outros países, mas também para agregar valor ao seu produto.
"Trata-se de um setor que fez um esforço monumental no passado para
se tornar exportador, mas acabou não conseguindo exportar o produto acabado,
que é o piso, passando assim a comercializar com outros países o bloco. Na
época, o Brasil não tinha tantas condições, mas agora a situação mudou",
afirma.
Agora, pontua Balhmann, com a ZPE, o momento é propício para se pensar
em levar o setor cearense de granito a outro patamar. "Estamos levando
esta mensagem no sentindo de que se analise se é possível agregar valor aos
blocos que são do Ceará para fazer o produto acabado dentro da ZPE. Cabe ao
setor de granito fazer um esforço novo, com um instrumento que não tínhamos na
época", ratifica.
Flexibilidade
O presidente do Simagran-CE, porém, ainda vê a necessidade de
flexibilização em algumas das propostas da ZPE, como o faturamento ter que ser
80% em função da exportação e 20% do mercado local. Já existe um estudo no
congresso para que essa proporção caia para 60% para exportação e 40% para
mercado interno. "Isso ajudaria e facilitaria para o setor de
granito", afirma Carlos Rubens.
Entre as boa expectativas para o setor, está a oportunidade para as
pequenas marmorarias se instalarem e poderem exportar, o que é impossível hoje
por conta dos impostos e tributos. Atualmente, por exemplo, o Brasil exporta
chapas de granito para os Estados Unidos, onde são produzidas pias e bancadas
para cozinhas. "Com a ZPE, isso pode sair daqui pronto. É a grande
oportunidade para estas empresas faturarem milhões", afirma.
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