Os produtores de rosas e flores do Estado se preparam para atender à
demanda durante o principal período de vendas do ano para o setor, que começa
com a proximidade do Dia da Mulher, celebrado no dia 8 de março, e tem seu
ponto alto no Dia das Mães, em 8 de maio. Segundo o presidente da Associação
dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais do Ceará (Floresce), Gilson
Gondim, nos dez dias que antecedem essas datas, as vendas chegam a aumentar de
oito a dez vezes, em relação à média diária. "São dez dias de consumo
elevadíssimo", ele diz.
Gondim observa ainda que as vendas para o Dia da Mulher vêm crescendo a
cada ano. "Com relação à flor de corte, como as rosas, o Dia da Mulher é
uma data bastante importante", ressalta o presidenta da Floresce. Embora a
estiagem tenha sido um dos principais desafios para os produtores locais nos
últimos anos, para algumas empresas, a expectativa para 2016 é de crescimento.
E há produtores que, mesmo diante da alta do dólar e da queda do consumo devido
à crise econômica, estão apostando no mercado interno.
Depois do Dia das Mães, data mais importante para a comercialização de
flores no País, as vendas do setor serão impulsionadas, principalmente, pelo
Dia dos Namorados (12 de junho), Dia de Finados (2 de novembro) e pelo período
de final de ano, devido à grande quantidade de festas de empresas, além das
celebrações inerentes ao Natal e Réveillon. Gondim estima que apenas essas
datas representem aproximadamente 30% do total das vendas anuais do setor.
"Diferente de outros países, o Brasil ainda vive dessas datas, que são
importantíssimas", afirma.
Preparação
Maior produtor de rosas de estufa do Brasil, o Grupo Reijers, que possui
duas fazendas no Ceará, irá destinar toda a produção local de 2016 para o
mercado interno. "A gente começou a trabalhar no começo do ano para ter um
aumento de produção para essas datas específicas. Não temos planos de exportar
neste ano", destaca Thiago Reijers, gerente de produção da fazenda do
grupo em São Benedito, localizado na serra da Ibiapaba.
Ainda de acordo com Thiago Reijers, metade da produção deverá ser
comercializada no Ceará e o restante em estados das regiões Norte e Nordeste,
como Pará, Maranhão, Piauí e Pernambuco. "A expectativa é de aumento da
produção em relação ao mesmo período do ano passado", opina o gerente.
"Ainda é cedo para falar de quanto será o crescimento, mas a tendência é
crescer", complementa.
Supermercados
Atualmente, um dos mais importantes canais de vendas dos produtores de
flores são os supermercados, tendência que vem se consolidando ao longo dos
últimos anos. Com um público mais qualificado, os estabelecimentos oferecem
cada vez mais uma maior quantidade de espécies. De acordo com Thiago Reijers,
por exemplo, de 30% a 40% da produção do grupo é comercializada em supermercados.
"A gente chega mais próximo do consumidor final e consegue oferecer uma
grande gama de produtos para decoração", ele pontua.
Se em âmbito nacional a expectativa é de que as vendas de flores e
plantas apresentem queda em torno de 30%, neste ano a comercialização em
supermercados deve ter retração menor, de 10%, diz Gilson Gondim. "As
vendas em supermercados ainda são relativamente pequenas no Brasil, mas como é
um consumidor mais qualificado, a queda é menor", afirma.
De acordo com o presidente da Floresce, no Ceará, a queda da produção
deve ser menor do que no País, principalmente por causa das exportações. No
entanto, ele ressalta que dos cerca de 200 produtores cadastrados na
associação, apenas "cinco ou seis" exportam para outros países. Ainda
assim, diz Gondim, mesmo aqueles que diminuíram a produção neste ano devem
operar em capacidade plena nos períodos que antecedem as datas comemorativas.
Mercado
Gondim espera que o novo Mercado das Flores de Fortaleza, na Praça
Joaquim Távora, na Avenida Pontes Vieira, previsto para ser entregue no próximo
ano, ajude a alavancar definitivamente as vendas de flores na Capital cearense
no futuro.
"O mercado será um ponto de convergência do setor, onde o produtor
poderá vender diretamente ao consumidor final", opina Gondim. Idealizado
por ele, o empreendimento custará aproximadamente R$ 2 milhões e terá 1,1 mil
metros quadrados de área com 38 lojas de 18 metros quadrados cada.
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