A Organização Mundial da Saúde (OMS) se reúne nesta
segunda-feira, dia 1º, em caráter de urgência para avaliar se
declara o zika vírus uma emergência internacional e
recomenda a governos de todo o mundo vigilância máxima. A entidade
reúne os maiores cientistas sobre o tema, entre eles o brasileiro Pedro
Vasconcelos, do Instituto Evandro Chagas. A constatação é a de que o vírus
poderia ser uma "emergência de saúde de preocupações
internacionais".
Até hoje, apenas as doenças H1N1, pólio e ebola receberam tal
status. A partir de agora, a OMS vai lançar um apelo internacional por
recursos para financiar novas pesquisas. Mas, de forma imediata, a entidade vai
sugerir uma série de medidas para tentar conter o mosquito e a proliferação do
mosquito.
À reportagem, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, indicou que
dificilmente haverá uma restrição de viagens ao Brasil. O que ela espera,
porém, é que um padrão internacional de resposta seja dado e que impeça
governos de "exagerar" em medidas que possam punir os países afetados
pelo vírus.
Fontes na OMS admitiram que, em poucos meses, o vírus passou de
"suave" para "alerta" e o zika já está em Grau 2 de
emergência, numa escala de zero a três.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), entre 3 milhões e 4
milhões de pessoas poderiam ser contaminadas pelo vírus em 2016 nas Américas.
Mas a OMS hesita em chancelar a projeção.
À reportagem, o chefe do Departamento de Surtos da entidade, Bruce
Aylward, disse acreditar que os casos no Brasil vão "perder força" no
ano. Mas ele admitiu que o zika vírus é "um teste de uma nação" e
pediu "maturidade" a grupos políticos e atores da sociedade
brasileira para superar o desafio.
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