Granja. O
professor de Matemática Carlos Dias, lotado na Escola de Ensino Fundamental II
José Glauberto, neste município do norte do Estado, comemora a conquista de,
como temporário, receber, já neste mês de fevereiro, o salário reajustado em
13,06%, acima do determinado pelo Ministério da Educação, no mês de janeiro, de
reajuste no piso salarial dos professores em 11,36%. O valor deve ser pago aos
docentes com formação de nível médio, que atuam em escolas públicas, com 40
horas de trabalho semanais.
"Eu e os demais amigos nos sentimos
valorizados com essa medida tomada pelo Município, que também vai beneficiar os
professores com pós-graduação com 20%", declarou o professor.
Em Granja, serão beneficiados 1.500 profissionais da Educação. O
executivo municipal já trabalhava, desde 2013, com os acréscimos, que, somados,
chegam a 50% de aumento real. É o que afirma Tatiana Saldanha, secretária de
Educação do Município. "Estamos implantando uma política de valorização
dos professores. Granja apresentava, em 2012, um dos piores índices da Educação
no Estado. Hoje, temos oito escolas premiadas, e isso mostra o quando temos
melhorado em capacitação e motivação. Já estamos chamando os pós-graduados para
que deem entrada em sua documentação, para que, em abril possam receber o
acréscimo de 20%", diz.
Paralisação
Assim como Granja, Guaraciaba do Norte, na Serra da Ibiapaba, também fez
o dever de casa e reajustou o salário de seus professores de nível médio e
pedagógico nos 11,36%, determinado pelo MEC, além do reajuste de 15% para os
graduados e 26% para os pós-graduados (especialistas e mestres), porém, a
categoria está em greve, por tempo indeterminado, há quase uma semana, porque o
Município não teria cumprido acordo, junto à Promotoria de Justiça, de rever a
progressão salarial prevista no Plano de Cargos e Carreiras. "Desde 2011
que o acúmulo de retroativo se mantém. Só para se ter uma ideia, temos
professores que devem receber de R$ 2 mil a R$ 6 mil em atrasados. Como os
acordos anteriores não foram cumpridos, a greve vai ser mantida", afirmou
o presidente do Sindicato do Servidores Municipais de Guaraciaba do Norte,
Antônio Rodrigues de Souza.
Levantamento
Segundo levantamento da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público
Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), junto aos sindicatos de servidores
filiados, 34 municípios cearenses já reajustaram os salários dos professores em
11,36% ou mais, conforme a Lei Nacional do Piso do Magistério. O índice de
reposição foi aplicado de forma linear, ou seja, contemplando educadores com
Ensino Médio, graduação, especialização, mestrado e doutorado. Itaitinga, na
Região Metropolitana de Fortaleza, também reajustou com índice acima da média
(12%). Já Iracema e Mucambo ofereceram o percentual indicado pelo MEC somente
para o nível médio; e Limoeiro do Norte, no Vale do Jaguaribe, tem pago o piso
salarial de seus professores desde janeiro passado. A lista de municípios que
vêm aderindo ao reajuste tem sido renovada semanalmente, com informações
repassadas pelos sindicatos nos municípios.
O levantamento aponta os dez municípios que seguem em negociação (que
enviaram informações à Federação) para o reajuste: Maracanaú, Caucaia e
Fortaleza seguem em greve; Aratuba, Ocara e Campo Sales continuam em
negociação; Canindé oferece 5,8%; Horizonte busca de negociação; Ipueiras não
aprovou, assim como Poranga, que também não aderiu.
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