São Paulo. As taxas de juros das operações de crédito subiram
em janeiro pelo décimo sexto mês consecutivo no Brasil, atingindo em algumas
linhas os maiores níveis em 21 anos, informou ontem a Anefac (associação de
executivos de finanças).Segundo o levantamento, houve alta das taxas em todas as linhas para
pessoas físicas e para empresas, refletindo o cenário econômico adverso, com
inflação e impostos maiores, que elevam o risco de alta da inadimplência.
Para pessoas físicas, a taxa média subiu de 7,55% para 7,67% ao mês
entre dezembro e janeiro, para o maior patamar desde fevereiro de 2005.
No cartão de crédito, o mais caro, o juro cobrado subiu a 14,56% ao mês
(410,97% ao ano), o pico desde outubro de 1995, quando foi de 15,43% ao mês. No
cheque especial, o juro avançou para 10,96% mensais (248,34% ao ano), o mais
alto desde julho de 1999, quando era de 11,73% ao mês.
Empresas
Para empresas, a taxa média subiu de 4,27% para 4,33% no período,
chegando ao teto desde fevereiro de 2009. O juro para capital de giro chegou a
2,59% ao mês, a maior taxa desde novembro de 2011 (2,67% ao mês). Além do custo
maior dos empréstimos, o prazo médio caiu, segundo a Anefac. No caso do
financiamento de veículos, o prazo médio caiu para 36 meses, o menor desde o
começo de 2009. Já nas demais categorias de empréstimos, o prazo médio de nove
meses foi o menor desde janeiro de 1999.
Risco de inadimplência
Conforme o diretor de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel
Ribeiro de Oliveira, um dos motivos que explica as elevações dos juros é o
cenário econômico que aumenta o risco dos índices de inadimplência também
subirem.
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