O Ceará está mais um vez na disputa para receber um equipamento que deve
ajudar a alavancar a economia da região. Dessa vez, o investimento em questão é
o Instituto de Tecnologia de Energia Renovável (Inter), que será implantado
pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e funcionará como
centro de testes e certificação dos equipamentos de energia eólica que forem
produzidos no País. Em visita à capital cearense ontem, o secretário nacional
do MCTI, Eronildo Bezerra, afirmou que o Estado reúne as condições necessárias
para abrigar o empreendimento, o que representa uma vantagem no processo de
escolha.
Para o titular da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior
(Secitece), Inácio Arruda, o Ceará "vem fazendo o dever de casa há um
tempo", o que contribui para que o Estado reúna o maior número de
atrativos para a instalação do Inter. "Temos conjuntos de parques eólicos
funcionando, fábricas de pás eólicas e de aerogeradores, mapa eólico sendo
atualizado, túnel de ventos na UECE (Universidade Estadual do Ceará)",
enumera o secretário.
Arruda acrescentou ainda os dois cursos de graduação voltados para a área
de energias renováveis no Estado como fatores importantes do ponto de vista de
qualificação de pessoal para atuar no equipamento do MCTI. "Você tem a
força no sentido de preparação das pessoas e, ao mesmo tempo, tem empresas de
grande porte nesse setor, atuando aqui", reforça. O investimento previsto
para o Inter é de R$ 404,59 milhões, segundo o estudo elaborado pelo Centro de
Gestão e Estudos Estratégicos.
Aproximação
A reunião de ontem, de acordo com o secretário, foi para adiantar a
aproximação com o Ministério, uma vez que todos os Estados estão interessados
em receber o investimento. "O próximo passo será se reunir no MCTI. Nós
estamos montando uma comissão, com membros de várias secretarias, entidades e
da academia, para reforçar o nosso empenho em trazer isso para cá", afirma
Arruda.
Os possíveis locais de instalação do Instituto, adianta o titular da
Secitece, são as áreas próximas ao Porto do Pecém, devido à movimentação dos
equipamentos eólicos naquela região. "A UFC (Universidade Federal do
Ceará) e a UECE também se disponibilizaram a abrigar esse empreendimento",
acrescenta.
Produção nacional
O Inter vai funcionar como um centro de testes em energia eólica, além
de desenvolver pesquisas para a área e realizar testes em protótipos. Segundo o
secretário Eronildo Bezerra, atualmente, as empresas brasileiras do setor
eólico passam cerca de seis meses na espera para realização de testes em
laboratórios internacionais. "O processo de certificação no Brasil
reduzirá custos de implantação e geração da energia eólica", salienta.
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