Com o objetivo de gerar negócios e permitir um reforço na economia do
Estado, a Câmara Brasil Portugal no Ceará (CBP-CE) completa 15 anos de atuação,
como articuladora no processo de aproximação entre empresários das duas
regiões. Conforme dados fornecidos pela Junta Comercial no Estado do Ceará
(Jucec), 14 empresas cearenses tiveram participação de capital português no
acumulado de janeiro a setembro de 2015, sendo todos os investidores pessoas
físicas.
Ao todo, 104 empresas do Estado tiveram capital estrangeiro,
totalizando R$ 17 milhões.
Carcinicultura, indústria têxtil, fontes de energia eólica, vinicultura
e fruticultura são alguns segmentos que têm atraído a atenção de empresas
portuguesas. Na avaliação do presidente da CBP-CE, Armando Abreu, foram feitos
grandes investimentos no Estado por meio da Câmara, principalmente nas áreas de
turismo e hotelaria, como os hotéis Vila Galé e Luzeiros. "Outra área com
grande investimento foi a de energias renováveis, além de pequenos
investimentos na área agrícola e na de tecnologias da informação". O
presidente estima que, em aproximadamente dez anos, os portugueses investiram
cerca de R$ 1 bilhão em energia eólica no Ceará.
Abreu conta ainda que, durante muito tempo, a Câmara foi praticamente a
única instituição a fazer a articulação entre brasileiros e portugueses.
"A Câmara é a instituição mais antiga que se presta a fomentar negócios
com os estrangeiros, hoje a prefeitura, o governo, a Fiec, fomentam também esse
mercado externo. Mas nos deixa muito orgulhoso continuar nessa missão",
acrescenta o presidente.
Para 2016, uma ampla programação está sendo elaborada, com a previsão de
realização de cafés da manhã e almoços de negócios, além de projetos como a
Semana Cultural e Gastronômica Brasil Portugal, a ser promovida no complexo
turístico Aquiraz Riviera, na Região Metropolitana de Fortaleza. Entretanto,
diante da situação política e econômica do País, Abreu acredita que não haverá
nenhum investimento novo neste ano.
Oportunidades na crise
"Os grupos estão interessados no Ceará para um investimento em
médio prazo, de 2 a 5 anos, mas estão esperando ver no que dará a crise
política e econômica do País, aguardando o desenrolar dessa situação. Na crise,
também surgem as melhores oportunidades, por isso a Câmara está fazendo uma
série de ações para que Portugal conheça as inúmeras potencialidades do Estado
do Ceará", afirma, confiante.
Entre as vantagens em investir neste momento, Abreu explica que a
situação cambial favorece os estrangeiros, pois a desvalorização do real deixa
os artigos nacionais mais baratos para investidores. Já a grande dificuldade em
investir no Brasil é a burocracia. "Há burocracia em tudo, na criação de
empresas, nos alvarás, nos financiamento, tudo isso dificulta os
investidores", conclui presidente da CBP-CE.
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