Genebra. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) disse, ontem, que o vírus zika poderá atingir de três a quatro milhões de
pessoas nas Américas. No Brasil, a estimativa é que 1,5 milhão de pessoas sejam
afetadas. Projeção semelhante já foi apresentada pelo Ministério da Saúde.O
diretor do departamento de doenças transmissíveis da Organização Pan-Americana
de Saúde (Opas/OMS), Marcos Espinal, afirmou ainda que o zika pode se espalhar
para fora das Américas.
Segundo
Espinal, o vírus deve chegar a todos os países onde há a presença do mosquito
Aedes aegypti, que também transmite dengue e chikungunya. "O zika irá onde
o mosquito estiver", afirmou, durante encontro da OMS, em Genebra.
Hoje,
23 países das Américas já confirmam casos autóctones (adquiridos no local) de
zika. "A população das Américas nunca tinha sido exposta ao vírus, e por
isso não tinha imunidade", afirmou. Ao mostrar os países onde há
transmissão de dengue, o diretor alertou: "Esse é o mesmo mapa da
zika".
Espinal
lembrou que o vírus zika é difícil de ser identificado, uma vez que não há
ampla oferta de testes. Ao citar o aumento de casos de microcefalia no Nordeste
do Brasil, ele defende que, apesar de haver evidências da associação com o
zika, é preciso mais provas para confirmar a causa do aumento de casos da
má-formação. "Não sabemos ainda qual o risco das mulheres em ter um
criança com microcefalia", afirmou.
Segundo
Espinal, ações devem ser tomadas pelos governos não apenas na área da saúde,
mas com participação de gestores da educação e meio ambiente, por exemplo.
No
mesmo encontro, a diretora-geral da OMS, Margareth Chan, disse que a epidemia
do vírus zika se propaga "de maneira explosiva" nas Américas.
O órgão
deve convocar uma reunião do comitê de emergência em 1º de fevereiro.
"Atualmente, casos foram notificados em 23 países e territórios na região.
O nível de alerta é extremamente alto", disse Chan.
A
organização está particularmente preocupada com "uma potencial
disseminação internacional". Segundo Chan, "a situação decorrente do
El Niño (fenômeno climático particularmente poderoso desde 2015) deve fazer
aumentar o número de mosquitos este ano".
A presidente
do Brasil, Dilma Rousseff, fez um apelo, ontem, aos membros do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) para que mobilizem toda a base no
combate ao Aedes aegypti. "Um mosquito não pode ser e não é mais forte que
um país inteiro", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário