Apesar da instabilidade
econômica que atingiu o Brasil em 2015, muitos cearenses decidiram investir em
um negócio próprio para tentar crescer profissionalmente e driblar os efeitos
da crise. Para se ter uma ideia, no acumulado do ano passado, um total de
58.783 empresas foram abertas no Ceará, das quais 75,46% correspondentes ao
tipo jurídico Microempreendedor Individual (MEI). As informações constam no
Índice Mensal do Comércio (IMC), divulgado nesta segunda-feira pela Junta
Comercial do Estado do Ceará (Jucec).
O setor
cearense que mais contou com novas empresas em 2015 foi o comércio, posto que
25.416 unidades - 43,2% do total - foram criadas de janeiro a dezembro,
informou o IMC. Serviços aparece na segunda posição, com 22.910 aberturas ao
longo do ano passado (37,7% do total). "Cerca de 70% a 75% do PIB (Produto
Interno Bruto) do Ceará correspondem ao comércio e serviços, o que torna normal
que tais setores se destaquem", pontua o presidente da Federação das
Câmaras de Diretores Lojistas do Estado do Ceará (FCDL), Freitas Cordeiro.
Segundo ele, a grande
quantidade de novas empresas que foram abertas no Ceará em 2015 é um reflexo do
"boom" que tem acontecido no interior do Estado. "Temos
vivenciado uma verdadeira explosão de negócios no Interior. Para se ter uma ideia,
o poder de compra do consumidor interiorano, que até pouco tempo representava
apenas 35% do Estado, hoje já responde por 44% do total, ante 56% da Capital.
Isso motiva a abertura de empresas em todo o Estado".
Mercado interno
Freitas
Cordeiro afirmou, ainda, que o mercado interno também tem uma grande parcela de
culpa no crescimento do número de empresas cearenses. "Os setores do
comércio e de serviços vivem praticamente em função do mercado interno, que é
bastante impulsionado pelo fato do Ceará ter vocação turística. Isso, em um
momento em que o dólar está muito elevado e as pessoas estão preferindo viajar
pelo Brasil, se torna uma vantagem considerável para o Estado", conta.
Fechamentos
Além do
surgimento de novas unidades, o Ceará também foi palco do fechamento de 18.880
empresas no ano passado. Desse total, 9,935 das extinções são referentes ao
setor do comércio, enquanto 6.067 pertenciam aos serviços e 2.605 à indústria.
Para
Freitas Cordeiro, também é natural haja o fechamento de empresas ao longo do
ano, principalmente porque muitos decidem apostar no próprio negócios como
alternativa ao desemprego, o que às vezes acontece sem o devido preparo.
"É preciso se capacitar. Atualmente, no Ceará, possuimos vários cursos
para auxiliar o empreendedor em seu caminho, dando a ele uma matriz de
sustentabilidade para seu negócio. A informação é importante e hoje é bem mais
acessível do que antigamente. Basta querer buscá-la", opina.
Levando
em conta apenas dezembro de 2015, o número de empresas extintas no Ceará
cresceu 31,81%, na comparação ao mesmo período de 2014, apontou também o IMC.
Segundo o levantamento, foram 1.417 empresas extintas no mês passado frente a
1.075 fechamentos em dezembro. O tipo jurídico Microempreendedor Individual
obteve aumento de 35,96%, com 722 empresas fechadas em dezembro, contra 531
extinções no mesmo mês em 2014.
Ainda
em dezembro, o setor comércio se destacou com o maior número de aberturas e
fechamentos de empresas. Ao todo, foram 747 extinções no período, ante às 541
no mesmo mês de 2014, o que corresponde a um aumento de 38,07%. No entanto, no
mesmo período, 1.485 novos negócios surgiram.
No
geral, o número de novas empresas cearenses obteve aumento de 7,15%, com 3.341
unidades em dezembro, ante 3.118 constituições no mesmo período de 2014. O tipo
jurídico empresário reduziu em 22,35% o número de registros de novas empresas,
com 462 aberturas no mês passado, ante 595 constituições no mesmo período de
2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário