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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Interior reage contra cobrança

Iguatu. A possibilidade legal de cobrança de pequenos produtores rurais, e até da agricultura familiar, por consumo de água bruta, pelo governo do Estado, repercutiu negativamente no Interior do Estado. Agricultores e dirigentes de entidades ligadas ao setor reagiram contrariamente à proposta, alegando dificuldades mediante quatro anos seguidos de chuvas abaixo da média e até escassez de água em açudes e poços.

O presidente do Sindicato Rural de Quixeramobim, Cirilo Vidal, foi enfático: "Falar sobre cobrança de água bruta de pequenos produtores rurais nesse momento de seca prolongada é um absurdo. Os criadores já estão lutando para sobrevivência do rebanho".
A assessora técnica do Sindicato Rural de Iguatu, Alberlúcia Queiroz, lembrou que já há reclamação entre os produtores. "No passado recente, houve cobrança exorbitante e até alguns produtores tiveram nomes negativados, sem terem recebido cobrança da Cogerh", comentou.
Informação
Alberlúcia Queiroz disse que é necessário haver maior esclarecimento por parte do governo, pois observa que há falta de fiscalização, estrutura e controle por parte dos órgãos governamentais. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva, disse ser contrário à proposta de cobrança de água para a agricultura familiar e pequenos produtores. "Somos contra. Não faz sentido, pois o pequeno agricultor está tentando sobreviver, já pagamos um absurdo por energia".
O escritório regional da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), na região Centro-Sul do Ceará, disse não se cogitar a cobrança de água bruta destinada ao consumo humano em áreas rurais, fora do sistema de abastecimento de concessionárias. As cobranças em curso efetuadas são limitadas aos grandes irrigantes, que detêm outorga, e cujo uso ultrapassa 31 mil metros cúbicos.
De um total de 24 municípios da região, cerca de 100 produtores (agricultores, criadores e empresários industriais) estão cadastrados para pagamento de conta por consumo de água bruta. Segundo o escritório regional da Cogerh, o consumo de mil metros cúbicos equivale a R$ 3 e abaixo de 20 mil metros cúbicos custa apenas R$ 1.
Esclarecimentos
Ainda ontem, a Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), em nota, afirmou que "embora as legislações federal e estadual permitam a cobrança da água bruta subterrânea, seja de poços públicos ou privados, não há, neste momento, nenhuma discussão no âmbito do governo do Estado, nem do Conselho Estadual dos Recursos Hídricos (Conerh), sobre a possibilidade de cobrança dessa água para condomínios residenciais de nenhum porte, pequenos comércios ou pequenos irrigantes".
A nota ressalta que "a água subterrânea extraída de poços já é, e continuará sendo, cobrada, conforme a legislação em vigor, apenas de grandes irrigantes (sobretudo na Chapada do Apodi e Região do Cariri), dos grandes carcinicultores, do setor industrial e dos órgãos de saneamento (Cagece e Sistemas Autônomos e Água e Esgoto - SAAEs)". 

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