Responsável pela fabricação e
manutenção de aproximadamente 20% dos aerogeradores em operação no mundo, a
dinamarquesa Vestas inaugurou a indústria de Aquiraz - única planta que possui
no Brasil - já falando em exportar o equipamento produzido no Ceará. Em
cerimônia realizada ontem na própria fábrica, o vice-presidente global para
Manufatura e Suprimento, Jean-Marc Lechêne, afirmou que "em breve", a
produção chegará à América do Sul.
"Vamos,
em breve, exportar para América do Sul, e isso será bom também para os nossos
colaboradores", afirmou Lechêne, ao dizer que a "Vestas voltou ao Brasil
para ganhar a liderança do mercado".
Mais
ponderado, Rogério Zampronha, presidente da Vestas no Brasil, disse que
"exportação é um desejo para o futuro e ela ultrapassaria a capacidade
instalada da unidade cearense".
"Nos
próximos três anos, nós vamos ter uma convicção de que a gente pode ou não
fazer isso (exportar). O meu 'cheiro' é que sim e vocês já viram que a gente
consegue implementar rapidamente a capacidade aqui", afirmou, lembrando
que comercializar os equipamentos produzidos no Ceará "é um desejo da
companhia e que vai se concretizar se nós formos competitivos".
Zampronha
condicionou a exportação da fábrica cearense, primordialmente, a
competitividade atingida pela Vestas nos próximos três anos e apontou para
América do Sul, especialmente, a Argentina, e América Central como mercados de
maior potencial. Perguntado sobre o quão vantajoso é estar próximo da única
Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em funcionamento no País, a do Pecém,
o presidente da empresa afirmou que "sem dúvida nenhuma isso seria um
facilitador, mas ainda não chegamos a discutir isso".
De olho no Brasil
Ao
relembrar os R$ 100 milhões aplicados para a fábrica de Aquiraz, cuja operação
hera mais de 500 empregos diretos e indiretos, o vice-presidente global de
Manufatura e Suprimento relembrou que a empresa esteve no País há 15 anos e,
devido a dificuldades, "perderam o foco no Brasil". No entanto,
valorizou a nova investida: "identificamos o País como um mercado muito
promissor. Estamos aqui para ganhar e esperamos que nossos colaboradores ganhem
também".
Já o
presidente da Vestas no Brasil destacou as oportunidades que podem aumentar a
participação da empresa no mercado em 2016, como novos leilões e também o que
ele chamou de "mercado órfão" - os projetos eólicos atrasados ou
inacabados. Neste último nicho, Zampronha apontou uma capacidade instalada 2
gigawatts (GW) a ser atendida e na qual a Vestas já visa angariar uma fatia.
'Estado é exemplo'
Antes
mesmo de o governador Camilo Santana - presente ao evento - apontar as
vantagens logísticas do Estado - com os portos do Pecém e do Mucuripe e a
duplicação da rodovia de Beberibe a Fortim -, e, principalmente, o início da
operação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) em abril como um grande
indutor da cadeia metalmecânica que vai atender a Vestas, Zampronha elogiou os
trabalhos de captação do Ceará.
"Escolher
o Ceará foi muito fácil. O Estado possui dois portos importantes, facilitando a
logística internacional e espero que, em breve, a cabotagem também seja
facilitada para enviarmos equipamentos para o Sul. O governo cearense também é
descomplicado, de fácil acesso, apoia o desenvolvimento da indústria local, a
iniciativa privada e é exemplo para os demais estados brasileiros",
observou o presidente da Vestas Brasil ao discursar", ressaltou.
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