Milhares de notas falsas
circulam pelas mãos dos cearenses sem serem notadas, ou mesmo, sendo
apreendidas depois de transitarem entre diversas pessoas. Em 2015, foram
recolhidas no Ceará 7.420 cédulas falsificadas pelo Banco Central, quantidade
correspondente a um montante de R$563 mil. Apesar do número ainda ser
significativo, foi registrada um recuo de 4,49% em comparação com 2014, quando
foram apreendidas 8.772 notas ou R$589.526.
Márcia
Silveira, que é chefe de sub-unidade do Departamento Meio Circulante do Banco
Central, explica que a queda no número de apreensão é resultado do esforço do
banco junto com a Polícia Federal, na tentativa de informar os brasileiros
sobre as características das cédulas originais e nas operações para recolher as
notas falsificadas.
"O
banco dá cursos para caixas de comércios, empresas de transportes, mas pode
atender outros tipos de empresas. A redução só virá quando a população tiver o
hábito enraizado de conferir as cédulas", enfatiza.
Outra
estratégia utilizada pelo Banco Central foi a criação do aplicativo de celular
Dinheiro Brasileiro. A intenção é que a partir das informações disponibilizadas
nesta ferramenta, os brasileiros saibam distinguir uma nota original de uma
falsificada. O aplicativo pode ser baixado pelo Google play e Apple Store.
O
principal alvo dos falsificadores no Ceará foram as cédulas de R$100,
correspondendo a 61,41% das notas apreendidas em 2015. Entretanto, o primeiro
lugar do ranking ficou com a nota de R$100 da segunda família do real, a
instituição financeira conseguiu recolher 3.397 cópias, equivalentes a
R$339.700. O segundo lugar, ficou com as notas de R$50 da segunda família, com
1.161 cédulas apreendidas. Já as antigas cédulas de R$100, da primeira família,
ficaram com a terceira posição, com 1.160 unidades, equivalentes a R$116.000.
As
chamadas cédulas da segunda família do real começaram a circular em 2010. As
novas notas lançadas pelo Banco Central vieram com a proposta de impor mais
obstáculos à falsificação. "A quantidade de falsificação diminuiu e a
qualidade da falsificação também diminuiu", ressalta Márcia Silveira
enfatizando que os brasileiros ainda não possuem o hábito de conferirem as
notas, o que aumenta o número de ocorrências. "A gente sempre instrui a
pessoa ao receber uma nota a pelo menos verificar. As falsificações que
circulam no País é de pouca qualidade, é fácil descobrir que a cédula é
falsa", emenda.
No País
Em todo
território nacional, o recuo no número de apreensão de cédulas falsas foi ainda
maior, de 17,24%. Em 2015 foram apreendidas 418.782 notas, enquanto que em
2014, o número aumenta para 506.026. Em comparação com 2008 - período em que
circulavam apenas as cédulas da primeira família - o confisco de notas
registrou uma queda de 22,05%.
Como verificar
Para
saber se a cédula é falsificada ou não, o consumidor deve prestar atenção nos
principais elementos de segurança. Nas notas da primeira família deve ser
verificado a marca-d'água, a imagem latente, o registro coincidente e o relevo.
Enquanto
que nas cédulas da segunda família do real, a pessoa deve estar atenta a
marca-d'água, ao número escondido, o alto-relevo, a faixa holográfica (nas
notas de 50 e 100 reais) e o número que muda de cor (nas notas de 10 e 20
reais).
De acordo
com a legislação brasileira, a falsificação é crime previsto pelo artigo 289 do
Código Penal, com pena prevista de três a 12 anos de prisão. Quem tentar
colocar uma cédula falsa em circulação depois de tomar conhecimento de sua
falsidade, mesmo que a tenha recebido de boa fé, pode ser condenado a uma pena
de seis meses a dois anos de detenção.
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