Iguatu O preço da banana pacovan subiu
cerca de 50% nos últimos 15 dias e a fruta está escassa no mercado local. A
elevação rápida de preço e a falta do produto são resultados de um novo
desastre ocorrido nas várzeas do Rio Jaguaribe, neste município, na região
Centro-Sul do Ceará, no fim de dezembro passado. Centenas agricultores familiares
foram afetados com a ventania que destruiu dezenas de hectares de bananeiras.
Os
prejuízos ainda não foram calculados, mas a estimativa inicial é de que sejam
menores em relação ao ocorrido em 30 de dezembro de 2014, quando o vendaval
afetou 285 hectares e 120 produtores, causando uma perda de R$ 7 milhões. Um
ano depois, o problema se repetiu. "Foi um presente de Natal amargo, o
vento veio forte e voltou a destruir bananeiras, nas mesmas áreas atingidas em
2014", disse o produtor Armando Souza, conhecido como Maninho.
O vento
causou destruição em áreas de produção localizadas nos sítios Fomento, Cardoso
e Quixoá. A maior parte do plantio já estava em plena recuperação, depois de um
ano do fenômeno semelhante. Esse problema vem se repetindo nos últimos anos e
tornou-se mais comum a partir de 2010. Alguns produtores que não foram afetados
em dezembro de 2014, foram atingidos agora e outros em maior dimensão.
O
município de Iguatu é um dos maiores produtores de banana do Estado. O cultivo
ocorre em uma área estimada em 700 hectares, nas várzeas do Rio Jaguaribe. A
maioria do plantio é da variedade nanica (casca verde) que não foi afetada
pelos ventos fortes, pois possui estrutura baixa e tronco grosso. A destruição
ocorreu nas áreas de cultivo da variedade pacovan, que tem pés elevados, em
torno de sete metros, e troncos finos. A pacovan é a banana de casca amarela,
preferida pelos consumidores, ideal para a mesa, semelhante à variedade prata.
O milheiro do fruto chegou a ser vendido por R$ 150, mas desde novembro passado
registrou redução para R$ 100. Agora, após o desastre voltou a subir.
Além da
destruição das bananeiras, a escassez de água vem afetando os produtores, que
estão desarticulados com o fim da Associação dos Fruticultores de Iguatu. O
ex-presidente, Murilo Barroso, avalia que a atividade, nos moldes atuais,
torna-se inviável para a maioria dos pequenos, que estão sem capital, com
dívida nos bancos e arcando com elevados custos. "O quadro é de
preocupação e de desestímulo", observou Barroso.
O
produtor Francisco Alves de Lima, o Chico Dalina, 85, cultiva cerca de cinco
mil pés de banana. Mais da metade é da variedade pacovan. "Perdi uns 300
pés", contou. Alguns produtores estão desistindo de cultivar a variedade
pacovan e vão fazer a substituição por banana nanica.
"No
início deste ano, fizemos várias reuniões e uma mobilização para os bancos
prorrogarem empréstimos e conceder novos financiamentos, ainda em curso",
disse o prefeito de Iguatu, Alderilo Alcântara.
Mais informações:
Escritório
da Ematerce em Iguatu - (88) 3581-9478
Secretaria
de Agricultura do Município - (88) 3581-6527
Associação
dos Fruticultores de Iguatu - (88) 8817-1453
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