Com a proximidade do fim do
ano, muitos pais já começam a se planejar financeiramente para os gastos com
material escolar que, muitas vezes, acabam impactando o orçamento da família.
Nos últimos 12 meses, o preço do material escolar teve um aumento, em média, de
10%, informou a Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos
Escolares e de Escritório (ABFIAE). A expectativa para 2016 é de que essa
elevação se mantenha.
O
presidente da ABFIAE, Rubens Passos, afirma que a desvalorização do real e o
aumento no preço dos insumos e da mão de obra estão entre as principais causas
para o encarecimento dos artigos de papelaria. Segundo ele, produtos fabricados
no País, como caneta, borracha e massa escolar, podem ficar até 12% mais caros
no próximo ano.
Já os
produtos importados, como mochilas, lancheiras e estojos devem ter um aumento
de 20% a 30% no seu valor. "Nossa dica é que os pais façam pesquisas de
preços e antecipem a compra de materiais", disse Passos.
Carga Tributária
Pelo
menos oito dos principais produtos de material escolar possuem carga tributária
superior a 40%, de acordo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário
(IBPT). No topo da lista, a caneta recebe uma taxação de 47,45%. Isso significa
que uma unidade comercializada a R$ 8, se estivesse livre de impostos, poderia
ser vendida a R$ 4,21, quase metade do preço original.
Outro
item que está entre os mais tributados do material escolar é a régua,
totalizando 44,65%. Em seguida, estão a borracha, o apontador e a agenda
escolar, todos com carga tributária de 43,19%. No caso dos livros escolares,
15,52% do preço final corresponde a impostos.
Alíquota zero
Com o
objetivo de reduzir o preço dos produtos escolares, a ABFIAE luta pela aprovação
do Projeto de Lei 6.705/2009, que dispõe sobre a isenção do IPI sobre artigos
escolares de fabricação nacional e sobre o estabelecimento de alíquota zero da
Contribuição para o PIS/Pasep e para o Confins, que incidem sobre as receitas
decorrentes da venda desses itens. Há mais de cinco anos o projeto tramita na
Câmara Federal. "A aprovação do PL nº 6.705 seria uma forma de demonstrar
que nossos parlamentares e governantes realmente levam a sério o tema da
educação", ressaltou Passos.
Protagonista
A melhor saída é comprar antes do fim do ano
"Sempre
gosto de comprar o material escolar em novembro para não pegar o aumento nos
preços que geralmente acontece em janeiro e fevereiro. Com duas filhas no
colégio, a gente tem que fazer isso. Eu acredito que no ano que vem o preço
desses produtos vai aumentar, porque eles sabem que é uma obrigação e que os
pais não vão deixar o filho sem estudar. Assim vão nos obrigar a pagar o preço
que for, eles não querem nem saber. É a mesma coisa que plano de saúde"
Maria Euriane
Comerciante
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