Cidade do Vaticano. O papa Francisco pediu, ontem,
que os países revejam suas leis de imigração para acolher refugiados e
ajudá-los a se integrar na sociedade e se tornar moradores legais. O apelo dele
chega em um momento no qual nações europeias querem fechar suas fronteiras a
imigrantes e refugiados e a imigração se tornou tema de destaque na campanha
presidencial dos Estados Unidos.
"Com
respeito aos imigrantes, pediria que a legislação sobre a imigração seja
revisada, de forma que, enquanto respeita direitos e responsabilidades
recíprocos, possa refletir uma prontidão para dar as boas-vindas aos imigrantes
e facilitar sua integração", declarou o papa na mensagem para o Dia
Mundial da Paz da Igreja Católica.
A
mensagem anual é enviada por ele a chefes de Estado e de governo, além de
organizações internacionais como as Nações Unidas (ONU). "Deveria ser dada
atenção especial às condições de residência legal, já que viver
clandestinamente pode levar a um comportamento criminoso".
Durante
uma visita ao México planejada para fevereiro, o papa rezará uma missa na
fronteira com os Estados Unidos, onde se espera que ele defenda os direitos dos
imigrantes. Os pré-candidatos presidenciais republicanos envolvidos na disputa
pela Casa Branca em 2016 estão propondo planos para limitar a imigração ilegal,
e o favorito Donald Trump ameaçou deportar 11 milhões de pessoas.
Crítica à indiferença
Francisco
também pediu aos governos que impeçam a propagação dos conflitos e reduzam as
dívidas dos países mais pobres, ao criticar a indiferença de um mundo saturado
pela informação no que costuma denunciar como uma "terceira guerra mundial
em fases", falando "das guerras e dos atentados terroristas, com
trágicas consequências, os sequestros de pessoas, as perseguições por motivos
étnicos ou religiosos" que marcaram 2015. A mensagem, intitulada
"Vença a indiferença e conquiste a paz", será lida em todas as
igrejas no dia 1º de janeiro de 2016.
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