Para investigar a relação de
possíveis casos de microcefalia com o vírus zika, a Secretaria da Saúde do
Estado (Sesa) lançou um protocolo visando orientar os profissionais de saúde e
assegurar os cuidados com as gestantes e os bebês. O documento, composto por 26
páginas, está disponível para download no site do órgão.
Nele, consta que é
considerado caso suspeito toda grávida, em qualquer idade gestacional, com
doença exantemática aguda, excluídas outras hipóteses de doenças infecciosas e
causas não infecciosas conhecidas.
O
Ministério da Saúde destaca como exantemáticas doenças que causam manchas vermelhas
na pele, a exemplo da infecção por zika vírus, rubéola, exantema súbito
(Roséola Infantum), dengue, enteroviroses, eritema infeccioso (parvovírus B19)
e ricketioses.
Conforme protocolo lançado pela
Sesa, é considerado caso confirmado toda grávida, em qualquer idade
gestacional, com doença exantemática aguda, excluídas outras hipóteses de
doenças infecciosas e causas não infecciosas conhecidas, com diagnóstico
laboratorial conclusivo para vírus zika. A supervisora da vigilância
Epidemiológica da Sesa, Daniele Rocha Queiroz Lemos, diz que o protocolo foi
encaminhado para os profissionais das regionais de saúde de todo o Estado para
ser divulgado amplamente.
"O
protocolo traz a conduta clínica frente ao recém-nascido com microcefalia e
frente à gestante com diagnóstico de microcefalia intrauterina".
Ela
acrescenta que, semanalmente, são realizadas reuniões com especialistas que
estão dentro desse fluxo de resposta de microcefalia e a Sesa, para atualização
e readequação de condutas. A gestante que for diagnosticada, informa a
supervisora, deverá ser encaminhada para atendimento especializado na
Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac), Hospital Geral de Fortaleza
(HGF) e Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC).
No
Ceará, segundo o informe epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na
última terça-feira (8), foi confirmado um caso de microcefalia relacionado ao
vírus da zika, de uma criança que veio a óbito, e outros 40 estão em
investigação. Só em Fortaleza são 12 ocorrências em análise. Daniele explica
que a microcefalia pode ser diagnosticada pelo médico na gestação, através de
exames de ultra-som, ou na hora do parto, pela avaliação do neonatologista. A
gestora reforça que o combate à ocorrência da doença depende muito da
população, uma vez que a prevenção é feita combatendo o Aedes aegypti.
Casos
Apontado
como possível propulsor do aumento de casos de microcefalia, o vírus zika já
infectou, pelo menos, cerca de 500 mil brasileiros. O número é apresentado no
novo protocolo de vigilância e resposta à microcefalia relacionada à infecção
pelo zika, divulgado pelo Ministério da Saúde. É a primeira vez que o governo
realiza uma estimativa sobre o total de pessoas que adquiriram a doença, cujos
registros de casos são desconhecidos.
Enquanto
isso, o México aprovou, ontem, o registro da vacina contra a dengue da Sanofi
Pasteur, que também está com pedido de registro no Brasil. A agência reguladora
indica o produto para a faixa etária entre nove e 45 anos. De acordo com o
laboratório francês, o imunizante tem 60,8% de eficácia contra os quatro
sorotipos da doença, taxa de redução de hospitalização de 80,3% e diminuição de
95,5% de casos graves da dengue.
A
imunização deverá ser feita em três doses, com intervalos de seis meses. De
acordo com o laboratório, o desenvolvimento do produto levou em torno de 20
anos e, até o fim de dezembro, o pedido de registro terá sido feito em pelo
menos 20 países.
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