Com a crise econômica batendo à
porta das empresas, a palavra de ordem é economizar em tudo. Do uso da caneta
ao ar condicionado, passando pelas rotas de carros até às compras de insumo. Diante
deste cenário, tem aumentado a contratação de consultorias terceirizadas
especializadas em redução de custos.Para o
diretor do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), Cláudio
Gonçalves, a crise ajuda as organizações a repensarem seu modelo de gestão.
"A maioria não trabalha com orçamento, o que é essencial para o negócios e
faz falta", afirma.
Segundo
ele, é indispensável que as empresas tenham um modelo de gestão formal em todas
as áreas. É preciso ter meta para tudo, uso de material de expediente, gastos
com energia, transportes, pagamentos de comissão, entre outros.
Gonçalves
analisa que, desde junho, as empresas têm buscado mais por esse auxílio de
consultoria para criar a cultura de economia nos negócios e instituir metas
para alcançar os objetivos. "Muitas instituições querem 'descobrir a
pólvora', mas a lição está dentro de cada empresa, que, no geral, não controla
os gastos e, nesse momento de aperto, vê essa necessidade", diz. Por
experiência, informa que é possível uma redução de até 10% em um ano,
dependendo da aceitação e participação de empresa.
Equilíbrio financeiro
O
diretor de operações da Gomes de Matos Consultores Associados, Guilherme
Pequeno, também sentiu esse aumento na demanda pelo serviço desde o meio deste
ano, gerando elevação de 25% nos negócios. A principal preocupação das
organizações é a manutenção no seu mercado de atuação e o equilíbrio econômico
e financeiro, adequando os custos em relação à receita. Segundo ele, a receita
de 2016 ainda é incerta, porque o mercado está na expectativa das definições
políticas e econômicas, sendo necessário traçar planos para continuar a operar
e não entrar em endividamento ou reduzir a estrutura.
"É
preciso equilibrar receita e despesas, e aumentar a produtividade",
afirma.
O
primeiro passo é qualificar todas as despesas; posteriormente, planificar,
buscar o aumento de produtividade e introduzir a redução de despesas. Em um
ano, é possível ter um aumento em produtividade entre 15% e 25%. Ele estima
que, em empresas mais disciplinadas, com líderes mais comprometidos, diretores
envolvidos no projeto e reuniões mensais de acompanhamento do plano, pode-se
chegar a até 40%, dependendo da automação do setor.
"O
ano de 2016 será de desafio; portanto, a busca por inovação e melhoria de
processos tornou-se um fator crítico de sucesso", declara Pequeno.
Gestão de produtividade
Na prática,
Gonçalves aconselha aos empresários repensar o modelo de gestão e entender o
momento atual que a empresa está passando para desenhar uma nova cara, com a
definição de padrões e metas.
"Tudo
tem que ter meta. As pessoas fazem de qualquer jeito e gastam de qualquer
forma", alerta. Ele dá como exemplo uma empresa que gasta R$ 2 mil por mês
com energia. Para reduzir 15%, será necessário a mudança de cultura na equipe
com a implantação de avisos e trabalho de conscientização educacional dos funcionários,
para desligar computadores e ar condicionado quando não estão sendo utilizados,
além da diminuição e troca de lâmpadas.
Já os
materiais de expediente são itens com um nível alto de desperdício, sendo
interessante implementar cotas por cada departamento. Nos transportes, é
possível rever rotas dos funcionários e economizar em vales. Nas compras, é
imprescindível investir em cotações e criar um padrão de no mínimo três
orçamentos para cada pedido. "Na compra, em cima da hora, o valor da
rapidez está embutido no pagamento", lembra Gonçalves.
Estímulos
Premiar
a equipe em cima de reduções nas áreas é um recurso válido e estimulador na
opinião de Guilherme Pequeno. Outra solução é otimizar processos de
reestruturação para aumentar a produtividade e não ter demissões nas empresas.
Uma das métricas usadas é o faturamento pelo colaborador.
Existe
também a possibilidade de homologar junto aos sindicatos laborais uma carga
maior de trabalho entre segunda e quinta para, na sexta, só ter expediente pela
manhã, gerando economia de alimentação, materiais de escritório e energia.
Como
grande parte das matérias-primas são dolarizadas, é necessário um estudo de
estoque mínimo para manutenção do nível de produção, evitando faltas ou sobras.
Nos insumos, o importante é identificar o consumo real para manter a
organização, limpeza e higiene. Também é importante a realização de cotação com
mais de um fornecedor e a criação de parcerias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário