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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Despejo de lixo no Aterro cai 38,7%

A ampliação da vida útil do Aterro Sanitário Municipal Oeste de Caucaia (Asmoc) - projetado para operar com segurança até o fim de 2016 e que há 17 anos recebe o lixo produzido em Fortaleza - depende da redução do que é depositado lá. Hoje, 128,5 mil toneladas de resíduos partem da Capital rumo ao Asmoc mensalmente, sendo 77,5 mil toneladas da coleta especial - lixo, poda e entulho - acumuladas em pontos. 

Medidas aplicadas pela Prefeitura desde maio diminuíram em 38,7% o total de resíduos desta coleta levados ao Aterro. Mas, ainda é grande o desafio de reduzir os pontos de lixo das ruas.
Ao lançar iniciativas de gestão de resíduos, em maio, como a Lei 10.340/2015 que disciplina as obrigações dos grandes geradores de lixo, a Prefeitura projetou que, tendo êxito, as ações são capazes de ampliar a vida útil do Asmoc por mais seis anos e sete meses. Na época, em entrevista ao Diário do Nordeste, o coordenador Especial de Limpeza Urbana da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCPC), Albert Gradvohl, explicou que a meta era reduzir em 36% as cinco toneladas de lixo descartadas por dia no Aterro.
Passados quase sete meses, dados da Prefeitura apontam que de janeiro a maio, foram lançados no Asmoc uma média de 95.992,81 toneladas/mês de resíduos dos pontos de lixo espalhados nas ruas de Fortaleza. Entre junho e outubro - com a lei em vigor - esse total passou para 59.154,17 toneladas/mês, uma redução de 38,7%.
No mesmo período, a coleta particular, que deve ser executada pelo grandes geradores, passou de 11.813,64 T/mês - antes da lei - para 16.534,52 T/mês, em média, entre junho e outubro. Um crescimento de 39,9%. "Analisamos que as empresas começaram a temer a legislação e começaram a cumprir. Muita gente de restaurante e construtoras passou a fazer o descarte de forma correta. Eles passaram a recolher os resíduos e mandarem para outros destinos finais que não o Aterro", diz Gradvohl. Pacatuba e Itaitinga são os novos destinos desta coleta particular.
Recolhimento
Criada há mais de 10 anos, para recolher o que deveria ser a exceção - móveis, entulhos, podas e lixo residencial, dentre outros, acumulado nos pontos de lixo na rua - a Coleta Especial Urbana consome, anualmente, R$ 87 milhões do Município. Esse tipo de recolhimento distingue-se da Domiciliar, que, hoje, manda 51 mil toneladas de lixo para o Asmoc, por mês.
Nesse contexto, a redução da Coleta Especial é uma das grandes apostas para o êxito da durabilidade do Aterro. Mas, nas ruas, onde em muitos locais sobra sujeira, é perceptível como essa redução ainda é desafiadora. "Tem lixo de todos os tipos aí. Se passar todos os dias, tem gente jogando coisas nesse canteiro", garante o proprietário de um restaurante, José Carlos dos Santos, que reside e trabalha na Av. Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste). A queixa é reiterada pela dona de casa, Aldeniza Barreto de Oliveira, moradora do Pirambu. "Não é por falta de coleta que esse lixo acumula. É porque as pessoas jogam muito. A caçamba passa e logo em seguida, já está cheio de novo. É madeira, colchão, resto de construção. Tem de tudo", diz. São resíduos de distintos tamanhos nos canteiros e na via, acumulando insetos e gerando mau cheiro.
Fiscalização
No local, moradores defendem que a limpeza é regular, pois, dizem eles, todos os dias caminhões fazem a Coleta Especial, porém argumentam que falta fiscalização da Prefeitura para inibir o descarte irregular.
Atualmente, segundo a SCSP, Fortaleza tem 1.450 pontos de lixo. Antes da legislação vigorar, conforme o coordenador Especial de Limpeza Urbana da SCPC, Albert Gradvohl, esse número era de 1.800 pontos. A redução entre maio e dezembro, chega a 19%. Porém, está longe do ideal projetado pela Prefeitura, que é de voltar aos indicadores dos anos 1990 e diminuir 94% esse total de 1.800 pontos. "Sabemos que diante da situação histórica de acúmulo de lixo na cidade, essa redução dos pontos ainda é pouco", relata Gradvohl. A redução dos pontos de lixo, atrelada à diminuição do total de resíduos da Coleta Especial levados ao Asmoc, irão gerar economia de R$ 6 milhões no pagamento desse serviço.
A Av. Washington Soares é outra via destacada pelo Município como concentradora de pontos de lixo. Já o Centro é o bairro com registros do tipo.
Para o engenheiro civil e presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária - Seção Ceará, André Pinto, apesar de haver calendário regular de coleta, os pontos de acúmulo persistem. "Acredito que, apesar da coleta e de outras ações que vêm sendo tomadas, como a criação das ilhas ecológicas, é necessário ainda realizar outras coisas para sanar os problemas. Ações que devem partir não só do órgão público, mas da educação das pessoas e da iniciativa privada, que também descarta lixo em locais irregulares", comenta.

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