Brasília. A conta de luz dos brasileiros
deve cair 8% quando a bandeira verde começar a vigorar, provavelmente a partir
de março do próximo ano, segundo previsão do presidente da Associação
Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite. "A
expectativa é que o período chuvoso seja bom e a bandeira fique verde. Se isso
se confirmar, a conta de luz já se reduz em 8%", afirmou.
Segundo
ele, ainda não é possível prever o nível dos reajustes da conta de luz no ano
que vem. Neste ano, a tarifa subiu, em média, 44% para o consumidor
residencial, incluindo o impacto da bandeira vermelha. Um dos itens que pode
contribuir para a redução é a tarifa de Itaipu, que subiu quase 50% no ano
passado devido aos impactos do risco hidrológico da usina. Apesar da alta do
dólar em relação ao real, a tendência é de queda para 2016, informa o
executivo.
A conta
de luz de 2016 também não terá o efeito dos atrasos e cancelamento dos repasses
do Tesouro programados para o setor em 2014, que foram repassados neste ano. Já
a tarifa das usinas antigas e leiloadas na semana passada deve gerar um aumento
de R$ 1 bilhão para a tarifa, ou algo em torno de 1%.
6ª mais cara
A
tarifa de energia da indústria, por sua vez, atingiu o patamar de R$ 528,50 por
megawatt-hora (MWh), a sexta mais alta entre países da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aponta levantamento da Abradee.
Em dólar, a tarifa é de US$ 151 e só perde para países como Itália, Alemanha,
Japão, Reino Unido e Espanha, superando países como Grécia, França, Turquia,
Dinamarca, Canadá, Suécia, Estados Unidos e Coreia do Sul.
De 2014
para 2015, o Brasil ganhou uma posição nesse ranking, ultrapassando a Grécia. O
avanço só não foi maior porque o real perdeu valor em relação ao dólar neste
ano, o que diminuiu o impacto da tarifa. A comparação considera as tarifas de
agosto, um dólar de R$ 3,50 e incluiu também os impostos.
Já a
conta de luz do consumidor residencial chegou a R$ 609,00 por MWh. Na
comparação com outros países da OCDE, a tarifa no País é a décima mais alta. Em
dólar, está em US$ 174 por MWh. No ranking, o Brasil ganha da Turquia, Estados
Unidos, Coreia do Sul e Canadá.
Inflação
Com
base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a Abradee informa
que a tarifa de energia elétrica residencial acumula uma alta de 797% de
janeiro de 1994 a junho de 2015, menos que o salário mínimo, gás de cozinha e
aluguel, e mais que o transporte público, comunicação, serviços pessoais, plano
de saúde, alimentação fora de domicílio e gasolina.
Conforme
Nelson Leite, o Índice de Satisfação com a Qualidade Percebida (ISQP) foi de
77,3%. No ano passado, o índice foi de 78,9%. Em relação a 15 países da América
Latina e Caribe, o índice ficou acima da média de 74,5%. Na comparação com os
Brics, a qualidade de fornecimento de energia atingiu 4,1. A nota variava de 1
a 7. A nota é melhor que a da Índia (3,4) e da África do Sul (3,6).
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