São Paulo. O brasileiro que nasceu em 2014
tem uma expectativa de viver até 75,2 anos. Em 2013, essa expectativa era de
74,9 anos e mostra uma constante evolução do índice no País. Em 1940, por
exemplo, a expectativa era de apenas 45,5. A expectativa dos homens brasileiros
ficou em 71,6 anos, enquanto a das mulheres está em 78,8 anos.
O Estado
brasileiro com maior expectativa de vida é Santa Catarina, onde o índice chega
a 78,4 anos. Já o Maranhão tem o menor índice, com 70 anos.
Outro
destaque é que Alagoas apresenta a maior diferença para o índice entre as
mulheres e entre os homens. No Estado, essa diferença é de 9,5 anos. Segundo o
gerente de Componentes da Dinâmica Geográfica do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), Fernando Albuquerque, a violência no Norte e no Nordeste
tem pesado para esse quadro. "A sobremortalidade vem diminuindo no Sul e
no Sudeste e aumentando no Norte e no Nordeste", justifica.
Depois
de Alagoas, vêm a Bahia, com 9 anos; Sergipe, com 8,4 anos; Piauí, com
8,2; e Pernambuco, com 8,1, que empata com o Espírito Santo. Já a taxa de
mortalidade infantil (até 1 ano de idade) em 2014 ficou em 14,4 para cada mil
nascidos vivos. Enquanto isso, a taxa de mortalidade na infância (até 5 anos de
idade), foi de 16,7 por mil brasileiros.
Os
dados são contabilizados pelo IBGE e, além de indicar avanço da qualidade de
vida e da medicina, servem para que o governo possa tomar decisões de políticas
públicas, como o cálculo da aposentadoria no País. Este ano, o governo federal
aprovou nova fórmula de cálculo da aposentadoria, com o objetivo de aliviar a
defasagem das contas da Previdência Social.
Consequência negativa
Para o
contribuinte, porém, o aumento da expectativa de vida traz uma consequência
negativa. Por viver mais, quem for se aposentar usando o fator previdenciário
terá de trabalhar mais para que o valor inicial do benefício não seja reduzido.
A sistemática não afeta quem se aposentar pela fórmula 85/95.
A Tábua
de Mortalidade divulgada ontem é a de 2014 e será usada para calcular os
benefícios concedidos pela Previdência Social até 30 de novembro de 2016. A que
vigorou até o dia 30 de novembro era a de 2013. Segundo cálculos do atuário
especializado em previdência Newton Conde, diretor da Conde Consultoria e
professor da Fipecafi-FEA/USP, a expectativa de vida aumentou em média 60 dias
(dois meses) quando se comparam idades entre 40 e 80 anos (período em que se
concedem aposentadorias no País).
Esse
aumento é praticamente o mesmo registrado pela Tábua de 2013, que foi de 58
dias. Em anos anteriores, a média era de 40 dias. O fato de viver mais não
afetará os trabalhadores que se aposentarem pela regra 85/95.
Por
essa sistemática, já em vigor, mulheres poderão se aposentar quando a soma da
idade mais o tempo de contribuição atingir 85 pontos. Para os homens, a soma é
de 95. O trabalhador tem direito de escolher o benefício maior entre as
fórmulas.
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