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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Perda de emprego chega ao setor de serviços

Depois de afetar fortemente a indústria cearense, a tendência de perdas de empregos formais deve chegar ao comércio e aos serviços do Estado, segundo avalia o coordenador de Estudos e Análise de Mercado do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Erle Mesquita. "Este ano tende a ser diferente dos anos anteriores, com perspectiva de retração no emprego", avalia Mesquita.

De janeiro a setembro, o Ceará acumulou uma redução de 14.346 postos de trabalho, segundo a série ajustada do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Apenas no sétimo mês deste ano, foram eliminados 1.508 postos formais no Estado. Dentro da região Nordeste, apenas o estado da Bahia, que fechou 4.360 empregos celetistas, teve resultado pior do que o registrado no Ceará em setembro. O desempenho cearense para o mês foi o pior desde 2003.
Motivos
Dentre os principais fatores para a expectativa de queda do emprego em 2015, estão a inflação elevada, a maior incerteza quanto ao cenário econômico, o maior endividamento das famílias e a redução do gasto público.
"Todos esses fatores contribuíram para que a gente saísse de um ciclo virtuoso de geração de emprego e aumento de salários e acabou afetando a economia", diz Mesquita, indicando que, "de maneira geral, a gente deve ter retração de emprego em todos os setores".
Melhor saldo em 2014
Diferente de 2014, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará registrou crescimento de 4,36% e o número de empregos com carteira assinada aumentou 3,78%, a expectativa para este ano realmente é de retração tanto da economia como na quantidade postos de trabalho formal no Estado.
De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), o Ceará fechou o ano de 2014 com um estoque de empregos formais de 1,552 milhão, o que representou um incremento de 56,5 mil novos empregos, em relação a 2013. No período, os três setores que mais empregaram no Estado foram: serviços (31,6%), administração pública (25,2%) e comércio (17,7%), que ultrapassou a indústria de transformação (17,0%).
Dentre os estados da região Nordeste, o Ceará apresentou a maior taxa de crescimento em 2014, e foi o que registrou o segundo maior saldo de empregos, em números absolutos, atrás apenas da Bahia (57,7 mil). No Brasil, o Estado ocupou a quarta posição no ranking nacional, em números absolutos de empregos gerados em 2014, atrás dos estados de São Paulo (87,1 mil), Santa Catarina (63,0 mil) e Bahia.
Região Metropolitana
No ano passado, a oferta de emprego no Estado se concentrou, sobretudo, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que foi responsável por 56,86% do total de empregos gerados, apesar de contar com cerca de 45% da força de trabalho estadual, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo IBGE.
Além disso, a RMF concentrou 54% do estoque total de empregos formais no Ceará, o que representa 838.280 postos de trabalho de um universo de 1,6 milhão.
No ano, o estoque de emprego formal da Região Metropolitana cresceu, 3,99%, resultado ligeiramente superior ao crescimento estadual (3,78%), o que agravou ainda mais esse cenário. Segundo dados colhidos do estudo "O Emprego Formal no Ceará: Principais Resultados de 2014", elaborado pelo IDT e divulgado no começo de novembro deste ano, de cada dez empregos gerados no Ceará no ano passado, quase seis se localizaram na RMF.
O estudo conclui que as variações anuais de estoque de emprego formal respondem de acordo com as variações do PIB estadual. De 2003 a 2014, enquanto a média anual de crescimento do estoque de emprego foi de 5,8%, o crescimento médio anual do PIB foi de 4,4%, de modo que, em média, a cada ponto percentual de expansão do PIB cearense, houve uma ampliação de 1,3 ponto percentual no nível de emprego formal.
Perfis
Na análise por sexo, dos 56,5 mil empregos gerados no Estado, 30,8 mil (54,45%) foi destinada aos homens, enquanto as mulheres ficaram com os 25,7 mil restantes (45,55%). Assim, o estoque de emprego formal masculino foi de 870.979 empregos e o feminino, 681.468, em 2014.
No entanto, o estoque feminino (3,93%) cresceu um pouco mais do que o masculino (3,66%). As mulheres, com remuneração média de R$ 1.677,19, recebem o equivalente a 90% dos salários dos homens (R$ 1.858,27).

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