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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Parisienses enfrentam o medo para homenagear as vítimas

Paris. O domingo em Paris era para ser apenas um dia de luto e homenagens às 129 vítimas dos ataques terroristas da última sexta-feira (13), mas a tensão e o medo de novos atentados acabaram levando a uma sucessão de atos de pânico que demandaram ação da polícia em vários pontos da capital francesa.

Milhares de pessoas se reuniram durante todo o dia na Praça da República para homenagear os que morreram nos atentados. No início da noite, o barulho de fogos de artifício assustou a multidão, que saiu correndo em pânico. A polícia foi acionada e evacuou o local, até confirmar que se tratava de alarme falso.
Quase ao mesmo tempo, parisienses entraram em pânico no Marais, na região central de Paris. Ao ouvirem o barulho supostamente causado por fogos de artifício, pessoas que estavam nos restaurantes e bares da região se desesperaram e saíram correndo.
Na Catedral de Notre Dame, onde foi realizado no início da noite um memorial em homenagem às vítimas, mais medo. A polícia evacuou a área em frente à catedral, afastando a multidão de parentes e amigos das vítimas que se concentrava do lado de fora na tentativa de acompanhar a missa. Mesmo assustadas, as pessoas continuaram no local rezando e cantando hinos religiosos. Sirenes de carros da polícia, de ambulâncias e de carros do corpo de bombeiros foram ouvidas constantemente em diversos pontos do centro de Paris.
No mais, a cidade dava a impressão de ritmo normal. Tardes e noites de domingo são um tanto letárgicos mesmo em Paris. Mas alguns bairros estavam cheios de vida além da conta dominical. No bairro Oberkampf havia certo clima de festa em bares e cafés, que contrastava com aglomerações mais meditativas de pessoas que acendiam velas onde houve mortes.
Bares e restaurantes de Marais, Bastilha, île de Saint Louis, e Champs Élysées estavam com movimento até acima do normal. A cidade, no entanto, continua em estado de alerta e a presença das forças de segurança nas ruas é grande.
Locais dos ataques
Pessoas de várias nacionalidades, idades e religiões se reuniram nos memoriais montados nos locais dos ataques. Na Boulevard Voltaire, onde fica a casa de shows Bataclan, palco do mais sangrento dos ataques, a muçulmana Shaghayegh Azimi, 22 anos, acendeu uma vela pela paz. "O Islã não tem nenhuma conexão com essas pessoas que estão abusando dos preceitos e matando pessoas inocentes em busca de poder", afirmou.
Cerca de 70 mil brasileiros vivem na França, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores. Na sexta-feira, três ficaram feridos. Este foi o pior ataque terrorista na Europa desde 2004, quando 191 pessoas morreram em explosões cometidas em quatro comboios da rede ferroviária de trem de Madri. Sete terroristas promoveram ataques coordenados em seis diferentes locais da capital francesa.
O Estado Islâmico reivindicou a autoria dos atentados, alegando ser uma resposta aos bombardeios realizados pela França e Estados Unidos na Síria e no Iraque. Além dos 129 mortos, outras 352 pessoas ficaram feridas. Delas, 99 estão em estado grave. Dois dias após os ataques, diversos pais ainda procuravam os filhos em hospitais da cidade.
Entre os 129 mortos, 103 foram identificados, afirmou o premiê francês, Manuel Valls. No final de semana, a imprensa francesa e familiares começaram a divulgar a identidade das vítimas do atentado do dia 13.
Símbolo
A Torre Eiffel de Paris, fechada até nova ordem após os atentados em Paris, e com as luzes desligadas em sinal de luta, voltou a ser iluminada ontem, mas por ora não será reaberta. O símbolo da capital francesa permanecerá iluminado, mas se apagará a cada cinco minutos a cada hora em respeito pela situação, informou a empresa que gerencia a torre.
O local, visitado todos os dias por cerca de 20 mil pessoas, está fechada desde os atentados da última sexta-feira.
Estado de Emergência
O presidente francês, François Hollande, informou ante o parlamento que deseja que o estado de emergência, decretado depois dos atentados, seja mantido por três meses.
Prolongar o estado de emergência além de 12 dias só pode ser autorizado mediante lei votada pelo parlamento, que fixe uma duração definitiva.
Ontem, investigadores encontraram um dos veículos utilizados pelos terroristas, ainda carregado de armas, reforçando os temores de haver cúmplices em liberdade. O carro, um Seat preto, foi encontrado nos subúrbios de Paris, com vários fuzis AK47.

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