De olho nas vendas de Natal e
Ano-Novo, o comércio cearense se prepara para aproveitar o melhor período do
ano para o varejo, mesmo no atual momento de retração do consumo. As
estratégias buscam amenizar a queda nas vendas para, melo menos, manter os
resultados obtidos pelo setor no ano passado. A expectativa é que o setor
registre crescimento por volta de 1% no Esta;do, enquanto para o Brasil é
esperado um resultado negativo em torno de 0,5%.1
"Queremos
ficar pelo menos no positivo", diz Freitas Cordeiro, presidente da
Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL).
Enquanto
os empresários tentam reduzir custos e investem em inovação, a FCDL-CE busca
alternativas para dar liquidez ao setor. A entidade firmou uma parceria com a
Rede (operadora de máquinas de cartão de crédito e débito) para que o pagamento
aos lojistas fosse antecipado de 30 para 15 dias, sem o pagamento de juros.
"Também
trabalhamos com o governo para que não haja aumento de impostos, como o ICMS,
porque com as alíquotas mais baixas a gente consegue alargar a base de
contribuição", diz Cordeiro.
Interior
De
acordo com o presidente da FCDL-CE, a situação no Interior não é diferente da
observada na Capital. "O quadro é o mesmo. A fala do empresariado é a
mesma", ele diz. "Mas o Interior é um exemplo para nós porque, além
da crise econômica, eles estão enfrentando mais um ano de seca. Então não está
fácil". Entre municípios que têm se destacado, com ações no comércio voltadas
para o Natal, estão Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Sobral e Forquilha.
"Não podemos nos infectar por outros cenários, que vem de fora. Apesar de
tudo, a nossa micro economia está lá, o consumidor está lá, está consumindo. E
o varejo sempre ativo, procurando enfrentar esse momento".
Empregos temporários
Com a
expectativa de queda nas vendas de fim de ano, o comércio varejista no País
deve contratar apenas 12,5 mil trabalhadores temporários, de acordo com uma
pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O estudo apontou que 88%
dos empresários consultados não contrataram e não pretendem contratar
funcionários para o final do ano.
A
expectativa da FCDL-CE é que a contratação de temporários recue cerca de 30% no
Estado. Segundo Cordeiro, essa retração já era esperada.
Mas
ainda assim, ele acredita que os empregos gerados no período devem dar um
alívio para o mercado mercado de trabalho local. "Haverá queda na
contratação de temporários porque existe uma retração de negócios", diz.
Apesar da alta do desemprego no varejo, o presidente da FCDL-CE avalia que o
índice ainda está administrável.
Setores
Entre
os segmentos do varejo mais impactados pela crise econômica, Cordeiro destaca
aqueles ligados ao setor da construção civil, como o de material de construção,
e os relacionados a bens não essenciais, como o de perfumaria e cosméticos.
No
entanto, mesmo o setor de supermercados está sofrendo, ele diz. "O
consumidor que estava mais seletivo, melhorando o seu padrão de consumo, agora
está voltando para o consumo de suas necessidades" , diz.
Segundo
Cordeiro, o resultado esperado para o Ceará está alinhado com o esperado para o
Nordeste. "O comércio é a nossa vocação. Ele sempre tem se destacado. Geralmente
o Ceará se alinha com o Nordeste, principalmente com Bahia e Pernambuco. Nós
não podemos nos infectar pelo pessimismo. A esperança tem que estar muito à
frente. O pé tem que estar no chão, mas a cabeça lá na frente".
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