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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Ibama aplicará multa que supera R$ 50 mi

Brasília. O Ibama vai multar a mineradora Samarco pelo rompimento das barragens que provocou uma tragédia ao destruir o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais. O órgão debate, ainda, quantas multas serão aplicadas pelo desastre ambiental. O valor oficial ainda não foi divulgado, mas, segundo apurou a agência Folha, deve superar os R$ 50 milhões.

Seis dias depois da tragédia, a presidente Dilma Rousseff decidiu que o governo vai responsabilizar a Samarco pelo rompimento da barragem. Ontem, Dilma telefonou para o diretor-executivo da BHP, Andrew Mackenzie, e para o presidente da Vale, Murilo Ferreira, que controlam a Samarco, e cobrou que as duas empresas arquem com os prejuízos sociais e ambientais.
A presidente também determinou a criação de um comitê de gestão da crise, composto pelos ministérios da Integração Nacional, das Minas e Energias e do Meio Ambiente, para acompanhar e cobrar da Samarco ações de reparação de danos. A decisão deve ser publicada hoje no Diário Oficial da União.
De acordo com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, as empresas terão de se encarregar de solucionar o problema de abastecimento de água nas cidades às margens do Rio Doce atingidas pela lama. Occhi afirmou que a Samarco já se mostrou disposta a arcar com as despesas.
"Ela (Dilma) cobrou isso. Ela afirmou que são de responsabilidade da mineradora todos esses danos. Nós estamos falando de impactos que também destruíram rodovias mineiras, propriedades de várias pessoas, que tinham suas plantações como forma de subsistência, criação de animais. Será preciso dar resposta imediata às famílias. E a mineradora diz que fará todo o esforço para, no mais rápido tempo, dar a resposta, principalmente, às famílias atingidas", afirmou.
Dilma vai ao local
Depois de receber muitas críticas pela ausência, hoje Dilma visitará as regiões afetadas pela lama em Minas e no Espírito Santo, acompanhada de Occhi e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Em entrevista mais cedo, Izabella já havia adiantado que o governo federal multará as mineradoras: "Seremos rígidos. Não tem essa história de achar que a pessoa não se pune", declarou a ministra.
Pelos cálculos do ministério, com o acidente, 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram despejados no ecossistema. "É um desastre de dimensão catastrófica. Para você ter uma ideia, se a gente comparar o volume de lama desse acidente chega a ser até seis vezes maior que o do maior acidente nacional ocorrido nos últimos dez anos", disse.
Segundo Izabella, os governos dos dois estados também poderão punir as empresas. Vale, BHP Billiton e Samarco vão criar um fundo para ajudar vítimas e recuperar o meio ambiente nas áreas atingidas. A informação foi dada pelo presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, em entrevista em Mariana. Além de Vescovi, participaram o presidente da Vale, Murilo Ferreira, e o da BHP, Andrew Mackenzie.
Já o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), visitou ontem a cidade de Governador Valadares, a cerca de 300 quilômetros de Mariana, que foi afetada pela lama que corre no Rio Doce. Ele defendeu mudanças na legislação estadual para implementar punições mais duras a empresas envolvidas em danos à natureza.
A quinta vítima identificada do rompimento da barragem é Thiago Damasceno, 7 anos. O corpo foi velado em Mariana. Há mais três mortos localizados que ainda foram não identificados. Com a identificação da criança, o número de desaparecidos na tragédia caiu para 20 pessoas.

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