Sem condições de fechar o Orçamento respeitando
a meta fiscal prevista para 2016, o Governo Federal já se
movimenta para tomar novas medidas, até o
fim do ano, que representem aumento
de receita. A principal
medida em análise
é o aumento da alíquota do PIS e da
Cofins incidente
sobre os combustíveis.
A
elevação de PIS e Cofins poderá ser feita pela presidente Dilma Rousseff, sem precisar da aprovação do Congresso
Nacional e da
necessidade do período de noventena (três meses), prazo obrigatório para a
entrada em vigor da Cide-combustíveis. Uma fonte da área econômica calcula
entre R$ 6 bilhões e R$ 9 bilhões o
potencial de arrecadação, a depender do valor da alíquota.
O
Executivo contará com uma lista de dificuldades em fechar as contas do próximo
ano: o governo decidiu abolir a possibilidade de abater investimentos do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do superávit primário previsto de
0,7% do PIB (ver página B5); conta com recursos de arrecadação incerta, como os
R$ 10 bilhões previstos com a venda de imóveis na Amazônia, conforme proposto
pelo relator de Receitas, senador Acir Gurgacz (PDT-RO) além de enfrentar a
queda na atividade econômica, que tem reduzido a arrecadação no País.
Segundo
uma fonte, o governo deve repetir a estratégia que fez em fevereiro deste ano,
ao elevar temporariamente PIS e Cofins da gasolina e do diesel até que a alta
da Cide entrasse em vigor. No primeiro pacote tributário do ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, a alta do PIS e da Cofins entrou em vigor em 1.º de
fevereiro. Já a elevação da Cide passou a vigorar em 1.º de maio, quando PIS e
Cofins tiveram um recuo na mesma proporção. O governo tem um limite já
autorizado por lei para aumentar a Cide o PIS e a Cofins sem precisar de
aprovação do Legislativo. "Sem receita, não tem como fechar o
Orçamento", disse um integrante da equipe econômica.
Reajuste adiado
Outra
medida em análise pelo governo é um adiamento ainda maior do reajuste dos
servidores públicos. Pela proposta original, o aumento seria adiado de janeiro
para agosto de 2016, com ganho de R$ 7 bilhões. A proposta agora empurra para
novembro o adiamento, mas a medida enfrenta resistências.
Alternativas
de aumento de receitas estão sendo também discutidas com o relator do projeto
de lei do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR). As reuniões têm
ocorrido no Ministério da Fazenda.
Contudo,
em público, ninguém admitirá, ao menos por enquanto, que há discussões de
propostas alternativas de arrecadação. Uma das razões até agora para que novas
medidas não tenham sido anunciadas é a preocupação de manter a estratégia em
torno da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de recriação da
CPMF. O governo ainda espera que o tributo possa entrar em vigor em outubro do
ano que vem.
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