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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Francisco promete seguir com reformas

Cidade do Vaticano. O papa Francisco condenou ontem o recente vazamento de documentos confidenciais do Vaticano, mas disse que isso não iria fazer com que deixe de levar adiante as reformas na Santa Sé.Os dados revelam o esbanjamento de alguns cardeais, em dois livros - as informações causaram a detenção do sacerdote espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda e da relações públicas italiana Francesca Chaouqui.

Falando a dezenas de milhares de pessoas na praça de São Pedro, o papa pediu aos fiéis que não se perturbassem pelos vazamentos. "Também quero dizer a vocês que este fato triste certamente não vai me distrair do trabalho de reforma que está avançando com a ajuda dos meus assessores e com o apoio de todos vocês", disse.
Francisco chamou o vazamento de "deplorável". "Quero dizer, antes de mais nada, que roubar esses documentos foi um delito. É um erro. É um ato deplorável e que não ajuda", disse durante a mensagem dominical.
Nas primeiras palavras do papa sobre o escândalo, ele indicou que havia pedido os estudos (sobre as finanças do Vaticano) e que tanto ele como seus colaboradores já conheciam bem os documentos. Ele assegurou que medidas já foram tomadas e estão dando frutos.
O caso chamado Vatileaks 2 - em referência ao anterior, que condenou o mordomo de Bento XVI, Paolo Gabriele, por roubo e divulgação de documentos -, veio à tona na última segunda-feira (2), quando se comunicou a detenção de Vallejo Balda e de Francesca Chaouqui.
Ambos foram detidos há cerca de uma semana, dentro da investigação aberta para comprovar que documentos confidenciais da Santa Sé tinham vazado. O sacerdote espanhol foi secretário da Comissão Investigadora dos Organismos Econômicos e Administrativos da Santa Sé (Cosea), criada pelo papa para investigar as finanças, e vários documentos produzidos por este setor aparecem publicados em dois livros, que chegaram na última quinta-feira (3) às livrarias na Itália.
O comunicado publicado pelo Vaticano sobre o assunto afirmou que as investigações continuam e que a divulgação de notícias e documentos confidenciais é crime contemplado na legislação do Estado do Vaticano, com pena de até oito anos de prisão.
Vallejo Balda está detido preventivamente no edifício da Gendarmaria do Vaticano. Já Francesca Chaouqui, que foi membro da Cosea, foi colocada em liberdade. Os dois esperam o fim das investigações preliminares.
Livros
Os dados dos documentos surgiram publicados nos livros "Via Crucis", de Gianluigi Nuzzi, e "Avarizia", de Emiliano Fittipaldi. Na obra, Nuzzi denuncia ambições, irregularidades e a vida rica de cardeais, em contraste com a escolha de simplicidade de Francisco, e desvios de dinheiro da caridade.
Em entrevista, Nuzzi disse que Francisco ficou muito assustado com os desvios, e que a resistência que ele sofre dentro do Vaticano é muito maior do que o autor imaginava.

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