Neste ano, o Ceará confirmou,
até outubro passado, 58 óbitos por dengue grave ou com sinais de alarme. Isso,
além de representar um aumento de 20.84% em relação ao igual período de 2014,
coloca o Estado na terceira colocação no Brasil no total de mortes provocadas
pela doença nessas duas classificações. São Paulo, com 435, e Goiás, com 72,
lideram a lista. Os dados fazem parte do mais recente boletim epidemiológico
divulgado pelo Ministério da Saúde.
A
publicação chama atenção para o resultado de casos prováveis em municípios com
população acima de um milhão de pessoas. Fortaleza ocupa a 5ª posição, com 26,9
mil registros e uma taxa de 1.047,2 para cada 100 mil habitantes. Acima da
Capital,= estão Campinas (SP) com 59.051 casos e incidência de 5.709,9 por 100
mil; Goiânia (GO), 65.928 ocorrências e taxa de 4.181,0; Guarulhos (SP), 25.718
e 1.959,9 respectivamente e Recife (PE), com 19.510 e 1.212,9 por 100 mil. A
boa notícia é que Sobral (município com até 499 mil habitantes) e Meruoca (com
até 100 mil pessoas) saíram da relação dos locais com maior número de casos.
O boletim avalia que, mesmo com
a tendência de redução do número de casos desde setembro e outubro, a
incidência acumulada ainda é muito alta. No Ceará, a taxa chega a 716,9
ocorrências a cada 100 mil. Em relação à questão, o Estado é o segundo no
Norte/Nordeste. Pernambuco, com taxa de 854,6, é o sexto no Brasil. Goiás, com
2.181,2; São Paulo, com 1.580,5, e Minas Gerais, com incidência de 848,9, estão
nos primeiros lugares.
Em
2015, aponta o Ministério, foram registrados 1.485.397 casos prováveis de
dengue no País - casos notificados, incluindo todas as classificações, exceto
descartados, até o dia 10 de outubro. "Nesse período, a Região Sudeste
registrou o maior número de casos prováveis (950.144 casos; 64,0%) em relação
ao total do País, seguida das regiões Nordeste (268.782 casos; 18,1%),
Centro-Oeste (186.862 casos; 12,6%), Sul (51.059 casos; 3,4%) e Norte (28.550
casos; 1,9%). Foram descartados 515.956 casos suspeitos de dengue no período",
divulga o boletim.
O
infectologista Anastácio Queiroz avalia que é impossível combater o avanço do
mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, sem a colaboração de todos.
"Eu faço minha parte, você faz, seu vizinho faz, mas basta um deixar para
lá e abrir guarda, o Aedes aegypti vai agir e se proliferar. Portanto, é um
desafio imenso somar as ações do governo, recursos e 100% de população
consciente. Estamos completando 30 anos da doença, sabemos como combatê-la e
destruí-la, mas, infelizmente, estamos muito longe disso", lamenta.
Capacitação
A
Secretaria Municipal de Saúde diz que, entre as ações, estão as parcerias com
movimentos sociais, entidades e que tem feito o monitoramento diário dos casos
suspeitos, a capacitação para os agentes de controle de endemias e agentes
comunitários de saúde, a criação dos comitês populares de saúde e
intensificação das ações de educação e mobilização em locais com grande fluxo
de pessoas, como estádios de futebol e diferentes eventos.
A
responsável técnica pelo Programa de Controle da Dengue, da Secretaria Estadual
de Saúde, Ricristhi Gonçalves, diz que a vigilância epidemiológica melhorou e
destaca o trabalho da Sesa com treinamento e acompanhamento dos indicadores e
controle do vetor.
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