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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Ceará tem primeira transgênero reconhecida como mulher sem mudança de sexo

O Ceará tem a primeira transgênero reconhecida como mulher. A decisão unânime e histórica para a comunidade LGBT do Ceará saiu nesta quarta-feira (18), no Tribunal de Justiça do Ceará. O voto da relatora Sérgia Miranda foi acompanhado pelos demais desembargadores da 6ª Câmara Cível do TJ-CE.

De acordo com a magistrada, “a sociedade deve respeitar a diversidade sexual, convivendo com as diferenças, não sendo digno para uma mulher permanecer com o nome de homem se esse fato lhe causar angústia e humilhação, afastando-a da sociedade, quando a ordem social dos dias atuais é a da inclusão”. 
Com a decisão, Andréa Rossati, que apesar de ter 32 anos, se reconhece como mulher desde os 10, poderá ver seu nome na identidade, onde antes constava o nome civilAndré Luiz Farias Chaves
"Nós estamos fazendo mais uma vez história no Ceará, onde se cria uma nova jurisprudência e onde a Justiça cearense acaba de reconhecer uma mulher transexual com identidade de gênero feminina, mesmo sem ter feito a cirurgia de mudança de sexo. Então, isso pra mim, é uma vitória muito grande. Estou muito emocionada e feliz por hoje eu ser de fato, e de direito, reconhecida como uma mulher transexual", alegrou-se Andréa, que é ativista de Direitos Humanos, em entrevista a TV Diário. 
Histórico
Em 10 de abril deste ano, a juíza Silvia Soares de Sá Nóbrega, da 2ª Vara de Registros Públicos de Fortaleza, julgou procedente o pedido e determinou a mudança de seu registro civil de nascimento. A magistrada entendeu que um novo prenome em conformidade com a aparência física constituirá na realização da garantia constitucional da liberdade referente à proteção da pessoa em sua individualidade.
Contrário à sentença, o Ministério Público do Ceará (MP/CE) interpôs recurso de apelação no TJCE. Defendeu que a mudança do prenome masculino por outro feminino não corresponde ao do sexo registrado em certidão de nascimento, porque  a mudança não deve ser analisada tão somente pelos fatores públicos, notórios e aparência física, mas principalmente pela transsexualidade anunciada, que deveria estar, adequadamente comprovada.
O Ceará é o quarto do Brasil a autorizar judicialmente a mudança, depois do Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Para a defensora pública Mônica Barroso, é um precedente muito importante. "É uma vitória não da Andréa Rossati. Ela está apenas à frente desta luta como autora, mas, na verdade, eu acho que é uma conquista da dignidade humana. É uma conquista de pessoas nesta sociedade ainda tão intolerante que não conseguem ser aceitas, respeitadas porque têm um nome feminino ou um corpo masculino ou o contrário", explicou Mônica Barroso.  Contudo, na segunda estância, Andréa Rossati ganhou por unanimidade após um ano de luta judicial. 

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