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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Municípios do CE estão entre os piores do País

Quatro cidades cearenses estão na lista dos municípios brasileiros com as maiores taxas de incidência de casos notificados de dengue em 2015. Dados do Ministério da Saúde mostram que, de janeiro a agosto deste ano, Fortaleza, Alcântaras, Varjota e Jaguaribara estiveram entre as 20 localidades no País que registraram mais ocorrências prováveis da doença a cada grupo de 100 mil habitantes. 

Os municípios dividem o ranking com cidades nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Pernambuco, Alagoas e Rio de Janeiro.
O boletim da Pasta agrega estatísticas referentes ao período de 4 de janeiro a 29 de agosto. Alcântaras atingiu incidência de 6.801,8 casos notificados por 100 mil habitantes, enquanto Varjota chegou a 3.318,4 e Jaguaribara, a 2.791,2. Dentre todas as cidades no Brasil com menos de 100 mil pessoas, os três municípios ocuparam a 2ª, a 3ª e a 4ª posições, respectivamente. Na primeira colocação, ficou a cidade de Rialma, em Goiás, cuja taxa de incidência ultrapassou 12 mil notificações por 100 mil habitantes.
Já Fortaleza chamou atenção em meio às cidades com mais de um milhão de moradores, alcançando incidência igual a 1.003,4 ocorrências prováveis por 100 mil pessoas. O índice preocupante fez com que a Capital fosse a segunda cidade com os maior número na categoria, atrás apenas da cidade de Campinas, em São Paulo, onde a taxa chegou a 5.416,6.
Óbitos
Os números refletem a situação crítica da dengue no Estado, que registrou, nesse período, 99 casos confirmados de dengue grave, 630 de dengue com sinais de alerta, e 50 óbitos, conforme o Ministério da Saúde. O levantamento da Pasta ainda divulgou que o Ceará é o terceiro estado no País em número de mortes causadas pela doença. São Paulo (403 óbitos) e Goiás (67 óbitos) aparecem na frente.
"As taxas de incidência estão altas porque o vírus encontrou muitas pessoas susceptíveis. Todo ano que tem muitos casos tem muitas mortes, e, neste ano, predominou o sorotipo 1, que é um dos que podem causar mais óbitos", afirma o infectologista Afonso Bezerra, do Hospital São José de Doenças Infecciosas.
Nélio Morais, coordenador da célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), observou que, em 2015, a epidemia da doença superou as ocorrências dos dois últimos anos. Ele atribui o quadro a fatores como condições climáticas, a volta do sorotipo 3 (pouco incidente no Ceará em 2013 e 2014), e a grande quantidade de criadouros domésticos do mosquito Aedes aegypti.
Dentre as estratégias adotadas para tentar impedir o avanço da doença na Capital, Morais destacou mutirões de eliminação de focos nos bairros mais afetados. "Agora, temos que pensar no inverno de 2016, identificando falhas e redirecionando ações", frisou. A reportagem entrou em contato com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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