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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Como é e onde está a arte no Ceará

A necessidade de tornar conhecida a produção artística do Ceará e seus realizadores motivou o Coletivo Pã de Olhares a mapear os lugares de onde essas produções partem, numa iniciativa batizada "Mapadoc".Mais do que o próprio nome revela, o projeto do grupo visa "oferecer uma oportunidade de diálogo com o mundo ou a comunidade vizinha, que também produz arte".

 O resultado - expresso em documentário, livro e site - será apresentado hoje à noite, no cinema do Dragão-Fundação Joaquim Nabuco.
Para o coordenador do "Mapadoc", Felipe Camilo, a ideia é melhorar a relação dos artistas entre eles mesmos - a partir do reconhecimento mútuo da produção, ou seja, de quem faz o quê - e também entre eles e o público, que muitas vezes desconhece a arte do Estado.
Durante oito meses, Camilo e os demais membros do Coletivo Pã percorreram nove cidades da Região Metropolitana de Fortaleza para produzirem o DVD Mapadoc - onde a arte se revela", no qual mais de 50 entrevistados participam de 12 vídeos. As histórias descortinam manifestações como o Coco do Iguape e do Pecém; artesanato; música; teatro; grafite; artes plásticas; danças populares; cultura indígena dos Pitaguarys e Tapebas; literatura; cordel e embolada; além de "um documentário pedagógico expondo a tecnologia social do Mapadoc/Ceará".
Segundo Camilo, o fato de os artistas se enxergarem como classe os fortaleceria e potencializaria a busca por apoio. "Nosso coletivo foi formado, originalmente, no teatro. Mas hoje somos artistas de várias linguagens e essa relação com o precário da arte é uma coisa pela qual passam não só os artistas do Interior, mas todos nós. A falta de incentivo para esses artistas cujas propostas não são tão absorvidas pelo mercado ou levadas a sério pela população leva-os a falar em dificuldade, em falta de oferecimento (de apoio). Mas também é falta de relacionamento", afirma.
Além do DVD, outro produto do projeto é o livro "Ensaios e ensejos: um inventário de percepções sobre artistas nos limiares de uma capital", com crônicas e análises sobre as condições dos artistas da região metropolitana.
De onde a cultura parte
Idealizado em 2013, o "Mapadoc" começou a ser realizado no início deste ano, com a conquista de R$ 250 mil em recursos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult-CE).
De janeiro a agosto, o grupo identificou, fez contato e promoveu oficinas em Aquiraz, Caucaia, Eusébio, Fortaleza, Itaitinga, Maracanaú, Maranguape, Pacatuba e São Gonçalo do Amarante. Inicialmente, a articulação foi feita pelas secretarias de Cultura de cada município, a pedido do Coletivo Pã; depois, diretamente com os artistas.
"Na maioria (dos lugares), quando tinha algum contato era bem primário. Se tivesse telefone ou e-mail, estava geralmente defasado", conta Camilo sobre a descoberta de pessoas "em interiores do Interior" com produção tão ativa e relevante quanto as da Capital. A participação das prefeituras nessa parte, acredita ele, ajudou a mostrar o que os governos têm à disposição em termos artísticos. "Podem, agora, dar mais atenção aos artistas deles ao invés de chamar gente de fora".
Mais informações:
Lançamento do "Mapadoc". Hoje, a partir das 19h30, no cinema do Dragão-Fundação (R. Dragão do Mar, 81, praia de Iracema), com apresentação musical de Marco Leonel Fukuda. Site:mapadoc.com.br

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