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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Base e oposição reagem contra eventual corte

Brasília. Senadores da base aliada e até mesmo da oposição reagiram, ontem, à intenção de se fazer cortes no Bolsa Família no Orçamento de 2016. O programa de transferência de renda, uma das principais bandeiras do governo federal, beneficia 14 milhões de famílias em todo o País. No Ceará, mais de um milhão de famílias são assistidas.


Há duas semanas, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), relator da peça orçamentária, já havia dito que iria cortar “sem dó” programas sociais, entre eles o Bolsa Família. Ontem, em reunião no Palácio do Planalto, Barros avisou ao ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, que poderá cortar até R$ 10 bilhões dos R$ 28,8 bilhões previstos no programa.



“Há uma rotatividade hoje no programa. Minha proposta é manter quem está no programa e não fazer renovações. Quem está no programa será mantido, e a vaga de quem sai não será resposta. Hoje, o próprio governo diz que 72% dos beneficiários trabalham”, disse Barros.



A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, defendeu enfaticamente cada centavo do programa de transferência de renda, que, hoje, completa 12 anos. Qualquer corte, segundo ela, terá impacto no aumento da extrema pobreza. “Essa é a opção do Brasil? Não acredito que o Congresso Nacional fará isso”, disse.



“É justamente no momento de maior dificuldade econômica do País que a população de baixa renda mais precisa de proteção. A discussão do Orçamento não vai poder prejudicar justamente aqueles mais vulneráveis, aqueles que mais precisam”, afirmou. Segundo Tereza, há um cruzamento de dados que comprovam a condição vulnerável dos que recebem o Bolsa Família.



O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), disse que o programa é “quase um mantra” para a gestão petista e que há outros ajustes no Orçamento que possam ser feitos. “O esforço será para manter o Bolsa Família”, destacou.



O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), também saiu em defesa do programa social e disse que, como parlamentar, é contra os cortes. “Bolsa Família não é esmola nem serve para sustentar quem não quer trabalhar”, afirmou o parlamentar.



De acordo com Guimarães, o Bolsa Família e os outros programas sociais são a “alma do governo”. “Não acho necessário diminuir, pelo contrário, defendo até aumentar”, disse.



Integrante da Comissão Mista de Orçamento (CMO), o senador Walter Pinheiro (PT-BA) avaliou que, no momento de recessão econômica que repercute na queda de arrecadação dos entes federados, os pagamentos de benefícios previdenciários e o Bolsa Família são as duas principais fontes que garantem a economia dos municípios. “O INSS e o Bolsa são os arrimos de família das cidades”, disse Walter, que adiantou votar contra a proposta de Barros.



A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também criticou a tentativa de reduzir os repasses do Bolsa Família. “É preciso encontrar formas e nós aqui apresentamos alguns caminhos, um deles a necessidade de se baixar as taxas de juros”, exemplificou ela, em discurso no plenário, em referência à Selic, atualmente em 14,25% ao ano.



Por razões diversas, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), também critica o possível corte no programa social. Ele disse que, mesmo a proposta não atendendo o objetivo de tirar as pessoas da pobreza, não se deve reduzi-lo.



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