O cenário de terror
proporcionado por explosões de estabelecimentos bancários em ações criminosas
dignas do cinema tem sido cada vez menos recorrente no Ceará. A constatação é
feita pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Polícia Civil do Estado do
Ceará (PCCE), que registrou diminuição de 38% neste tipo de ataque em 2015,
comparado com o ano passado.
Os
ataques a instituições financeiras tiveram leve redução. De janeiro a setembro
de 2014 foram 52 ações registradas, ante 51 contabilizadas em igual período
deste ano. Entretanto, o uso de explosivos nestes casos caiu de 29 para 18,
representando 38% de diminuição.
O
titular da DRF, delegado Raphael Vilarinho, exaltou os trabalhos realizados
pela Especializada no combate às organizações criminosas dedicadas a roubar e
furtar bancos.
"A
DRF vem trabalhando no intuito de diminuir os ataques. No Brasil afora, só
aumentam. Tivemos um aumento aqui em relação ao furto mediante uso de maçarico,
mas a maioria foi tentado, não consumado. Nas explosões, tivemos só quatro
consumadas. Os criminosos especialistas no uso de explosivos, os chamados
'blasters', estão presos. Temos que melhorar, tenho plena consciência disso,
mas os dados são positivos", afirmou.
Dentre
os 51 ataques a instituições financeiras registrados no Ceará até o último mês
de setembro, 11 foram roubos, 16 foram arrombamentos com a utilização de
maçarico, três foram na modalidade 'sapatinho', mesma quantidade de ataques a
carro- forte e roubo de malotes.
"Em
2013 (em igual período), tivemos 76 ataques, entre roubos, furtos, etc. Em 2014
foram 52, e em 2015, estamos com 51 ataques. Uma das prioridades da DRF é tentar
baixar ao máximo o número de explosões, e conseguimos. Em 2013 tivemos 33
ataques com utilização de explosivos, em 2014 tivemos 29 e em 2015 estamos com
18 ataques. Isso dá uma redução de 38% em comparação com o ano passado, uma
redução considerável", ponderou o delegado.
Terror
As
cidades que foram vítimas das ousadas empreitadas dos criminosos não esquecem
os momentos de tensão que seguem o barulho da explosão. As estruturas físicas
dos estabelecimentos financeiros, quando transformadas em escombros, deixam um
rastro de medo, relatado por quem esteve há poucos metros do cenário do crime.
Por este motivo, a Polícia diz fortalecer as ações, no intuito de diminuir
também a sensação de insegurança dos locais atacados.
"Esses
indivíduos são verdadeiros terroristas. Dão grande prejuízo à população, tanto
financeiro, pois o estabelecimento bancário para de funcionar e os comerciantes
e moradores têm dificuldade em captar dinheiro, como para o município, pois é
um terror enorme que causam. Nossa prioridade é levá-los à cadeia, e é o que
vem sendo feito. Tem ajudado muito o setor de inteligência que montamos na DRF
e vem dando resultados positivos", relatou.
Após
crescimento vertiginoso nos crimes contra agências bancárias no ano de 2012,
enfim a Delegacia de Roubos e Furtos vislumbra um cenário de esperança para
enfrentar o crime organizado, em uma guerra cujas últimas batalhas vêm sendo
vencidas pelo Estado.
"De
2012 para 2013 tivemos aumento de 111% nos ataques a banco. Em 2014, houve
40,41% de diminuição, e esse ano mantemos a média do número de ataques mas com
38% de diminuição no uso de explosivos, que é nosso foco", enfatizou.
Ações
específicas, para apreensão de material explosivo, vem sendo elaboradas pela
Delegacia, conforme seu titular garante. "Estamos com operação em
andamento para apreender, tentar tirar de circulação, explosivos ilegais no
Ceará, não obstante ser responsabilidade do Exército, mas estamos com parceria
com eles neste sentido" revelou Vilarinho.
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