Fortaleza. O sucesso da lagosta dentro e fora do
Estado, cada vez mais valorizada, é também o seu maior perigo. O aumento da
procura estimulou a pesca "de qualquer tamanho", basta ser lagosta.
Por ano, o Ceará exporta até 14 milhões de lagostas dos mais diferentes tamanhos
e, portanto, idades.
Enquanto
em 2004, o peso médio da cauda da lagosta exportada ficava em 182,17 gramas, no
ano de 2013 baixou para161,13 gramas. "A diminuição do peso médio da
lagosta nas exportações é um sinal do esgotamento", explica relatório do
Centro de Desenvolvimento e Pesca Sustentável (Cedepesca). A pesca de lagosta
imatura está reduzindo os estoques. Significa que quanto mais novo o pescado,
menor a recarga reprodutiva que fica no mar. De acordo com o Ibama, blitze nos
pontos de estoque e de venda revelam a presença de lagostas de idades 1 e 2.
Pela classificação do Ministério da Pesca, não chegaram à fase reprodutiva.
Recomendações
A
recuperação dos estoques ao nível de 40% da biomassa reprodutiva daria-se, de
acordo com o Cedepesca, com a redução das capturas em 75%. O próprio órgão
reconhece ser impraticável, mas sugere medidas atenuantes. Pela forte presença
da pesca ilegal indiscriminada, até isso soa impraticável, sem a devida
fiscalização: reduzir pela metade a captura de lagostas miúdas e, em 20%, a
pesca de lagosta de comprimentos legais. "O ideal seria manter essa
redução durante os próximos três anos", afirma Vladila Oliveira.
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