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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Embalagens de agrotóxicos recolhidas

Iguatu Começou ontem, pela cidade de Mauriti, na região Sul do Ceará (Cariri), ação de recebimento itinerante de embalagens vazias de agrotóxico. Neste ano, quatro municípios serão polos de recolhimento. Hoje, será em Missão Velha e, amanhã, em Iguatu. O trabalho é feito pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri) e secretarias municipais de Agricultura.

A ação de recolhimento integra a logística reversa das embalagens de agrotóxicos, conforme determinação de legislação federal. O esforço é para dar um destino ambiental correto. O trabalho é feito anualmente. Em 2014, conforme relatório do Inpev, foram recolhidas no Ceará em 25 recebimentos itinerantes 21,4 toneladas. A estimativa da entidade é de que 94% do total das embalagens plásticas comercializadas recebem destinação adequada.
O trabalho será concluído na próxima sexta-feira, dia 11, na cidade de Crateús, no Galpão de Recolhimento. Em Iguatu, o recebimento será na sede antiga da Secretaria de Agricultura do município. Nesta semana, técnicos da Adagri estão intensificado o trabalho de divulgação com o objetivo de orientar os produtores rurais a obter maior adesão. "O melhor seria o recolhimento itinerante", observa o supervisor regional da Adagri, em Iguatu, Francisco Oscarito Ramos.
Processadas
As embalagens recolhidas serão levadas para a Associação do Comércio Agropecuário da Ibiapaba, em Ubajara. Lá serão processadas (compactadas para reciclagem ou incineradas). A entidade tem uma expectativa de receber cerca de 100 toneladas. Funcionários de revendas locais foram capacitados e os produtores rurais receberam orientação sobre o destino correto das embalagens.
Sobre o uso de agrotóxicos e armazenamento das embalagens, Oscarito Ramos avalia que a prática na maioria das propriedades rurais é inadequada. "No campo, a situação é precária", frisou. "Os produtores estão sem informação, sem assistência técnica e muitos guardam sementes e até cereais que vão cozinhar nos recipientes".
A reutilização das embalagens é irregular e coloca a saúde das famílias dos agricultores em risco. "Infelizmente, muitos descartam em margens de rios, córregos, açudes ou mesmo no campo e alguns queimam para se ver livre". De acordo com a legislação federal, o correto é que o produtor rural faça a tríplice lavagem, inutilize o recipiente e leve até a empresa onde foi comprada. As lojas deveriam receber as embalagens e fazer o depósito provisório. Para isso, deveriam ser licenciadas pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e oferecer galpão adequado.
As lojas que revendem os produtos agrotóxicos devem também oferecer receituário agronômico e responsável técnico. Quanto ao recolhimento, na prática, essa providência ainda não foi adotada. Sem um local apropriado para o recolhimento das embalagens, os produtores fazem o descarte inadequado, agredindo o meio ambiente.
Neste ano, já houve duas ações de fiscalização no campo e nas lojas de cidades das regiões do Cariri e Centro-Sul do Ceará, por iniciativa do Centro de Operação de Apoio à Ecologia, Meio Ambiente, Urbanismo, Paisagismo e Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural (Caomace) do Ministério Público do Ceará em parceria com a Adagri, Semace, Ministério do Trabalho e Polícia Militar Ambiental. A primeira fiscalização ocorreu nas cidades de Barbalha, Brejo Santo, Missão Velha, Mauriti, Juazeiro do Norte e Penaforte e Jati, em abril passado. A segunda etapa foi realizada em junho último, nas cidades de Iguatu, Icó, Jucás, Acopiara e Quixelô.
Reclamação
Nas duas etapas de fiscalização houve reclamação dos agricultores mediante a aplicação de notificações e de multas. Um dos motivos das queixas foi a exigência de formação de vínculo de mão de obra, de equipamentos de proteção e de utensílio individual de alimentação. A fiscalização foi realizada no campo e nas lojas revendedoras de agrotóxicos. A Adagri, por enquanto, fiscaliza as propriedades rurais, mas após modificação na legislação, vai também atuar na inspeção das lojas vendedoras de agrotóxicos.
Nos últimos quatro anos, em decorrência da estiagem, houve redução das áreas de plantio no sertão cearense e também da compra de agrotóxicos. Entretanto, o consumo continuou crescente em áreas de cultivo irrigado como na Serra da Ibiapaba, Cariri e no Baixo Jaguaribe. "Nessas regiões, muitos produtores queimam as embalagens de forma inadequada", frisou Oscarito Ramos.
Mais informações:
Escritório Regional da Adagri em Iguatu
Av. Perimetral, 7835
Fone: (88) 3581- 7835
Bairro Esplanada

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