Brasília O presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), deu início na noite de ontem, à sessão conjunta do Congresso
Nacional para votar os 32 vetos da presidente Dilma Rousseff (PT) a propostas
que geram grande impacto financeiro às contas públicas. Até o fechamento desta
edição, a votação não havia sido finalizada.
A
decisão de realizar a sessão foi tomada pelo governo durante a tarde ontem
quando líderes da base governista começaram a indicar que havia uma margem de
segurança para que os vetos fossem mantidos. Até então, o governo atuava para
que a sessão não fosse realizada porque, somados, os vetos provocam um impacto
de R$ 127,8 bilhões nos próximos quatro anos.
A
previsão era que os 32 vetos fossem votados em globo, todos de uma vez, em
cédulas de papel. Contudo, vetos mais polêmicos, como o reajuste dos servidores
do Judiciário, seriam destacados para voto em painel eletrônico. A expectativa
era decisão separada para cada um deles.
Diante
da disparada do dólar, que superou, ontem, a barreira dos R$ 4, o Planalto
mudou então de estratégia e decidiu votar e manter os vetos que estão na pauta
do Congresso para sinalizar mais confiança no reequilíbrio das contas públicas.
A
presidente, que pela manhã estava trabalhando para adiar a sessão do Congresso,
entrou em contato com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e também com líderes para pedir
apoio a fim de votar os vetos ontem.
Impacto ao Estado
Uma das
lideranças do PMDB, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, afirmou que
derrubar ou não os vetos presidenciais não seria uma questão meramente
política, mas, sim, de impacto ao Estado brasileiro. Para ele, o que está em
jogo não é apenas a gestão petista, mas os próximos governos do País.
"Essa
questão do veto se sobrepõe à esfera política. Ela está acima dessa discussão.
Inviabilizar o Estado brasileiro é prejudicar o cidadão", disse.
O veto
mais preocupante é o que derruba o reajuste de cerca de 59,5%, nos próximos
quatro anos, dos salários dos servidores do Judiciário. O impacto do reajuste
calculado pelo governo é de R$ 25,7 bilhões até 2018, praticamente o mesmo
valor de corte proposto agora por Dilma para equilibrar as contas públicas.
Parlamentares
da base aliada calculavam que os votos pela derrubada dos vetos mais polêmicos
não chegavam ao número mínimo regimental para que fossem derrubados. Eles
admitiam, no entanto, que a votação iria ser dura e arriscada.
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