Para
garantir a segurança pessoal, aumenta a busca por lanternas que dão choque. O
equipamento, similar ao taser utilizado pela Polícia Militar, deveria ser de
uso exclusivo da corporação. No entanto, vem sendo utilizado de forma aleatória
pela população. Mesmo sabendo dos riscos, é grande a busca pelo produto. No
Centro de Fortaleza, apesar de não ser comercializado livremente, o equipamento
pode ser encontrado em camelôs e lojas de shoppings populares."
A gente só vende por encomenda, por causa do preço. É muito caro para oferecer aqui. Tem que passar um dia antes solicitando", responde um vendedor ambulante da Rua Floriano Peixoto. Já na internet, em sites como Mercado Livre e em páginas de compra e venda do Facebook, o equipamento facilmente pode ser encontrado. Os preços variam de acordo com o tamanho e a potência, que vão de R$ 50 a R$ 100.
A gente só vende por encomenda, por causa do preço. É muito caro para oferecer aqui. Tem que passar um dia antes solicitando", responde um vendedor ambulante da Rua Floriano Peixoto. Já na internet, em sites como Mercado Livre e em páginas de compra e venda do Facebook, o equipamento facilmente pode ser encontrado. Os preços variam de acordo com o tamanho e a potência, que vão de R$ 50 a R$ 100.
No Mercado Livre, por exemplo, são inúmeras as propagandas de
lanternas de choque "police" recarregável. O modelo Juliano Bastos
(nome fictício), 25, que busca proteção pessoal, conta que adquiriu o produto
na web por R$ 60. "Não é tão forte, tem outros que dão para dar um 'susto'
maior", comenta.
Defesa
Já o autônomo Rodrigo Alves, 29, comprou o produto pela internet
para autodefesa, mas ressalta que ainda não teve a "sorte" de usar.
"É fácil comprar. A pessoa solicita e o cidadão vai deixar na sua casa.
Ainda não testei a potência da minha, mas sei que é bem forte", afirma.
Ele admite que tem medo de levar a lanterna no carro, ser parado em uma blitz e
os policiais encontrarem. Mesmo ciente de que é um equipamento perigoso, frisa
que, em caso de assalto, na hora do desespero, "usaria sem pena".
O comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar
(BPChoque), major Alexandre Ávila, explica que, embora tenha uma tensão
parecida com o taser utilizado pelos militares, a lanterna que dá choque age de
forma diferente no corpo, com uma transferência de carga elétrica localizada,
enquanto o taser transfere carga elétrica para o corpo inteiro. Ele acrescenta
que o material é utilizado pela Polícia como alternativa ao uso de arma de
força letal. São os chamados instrumentos de menor potencial ofensivo, usados
em situações nas quais o indivíduo porta arma branca, por exemplo. Nestes
casos, acarreta em uma incapacitação momentânea, uma vez que transfere carga
para o corpo todo.
"O taser causando uma contração na musculatura, incapacita
a pessoa", esclarece. O major adverte, no entanto, que se utilizado de
forma indevida, diretamente no peito ou no coração, podem causar uma parada cardíaca.
"Há essa possibilidade. O taser é só um tiro, porque é uma carga que
atinge o corpo todo. Várias cargas podem provocar a morte", alerta. Outro
problema é a possibilidade de ser usado por assaltantes. Conforme o comandante
do BPChoque, a fiscalização desse material cabe à Polícia Militar e ao
Exército, que é quem regula a aquisição desse tipo de armamento não-letal.
Responsabilidade
Em nota, a Polícia Federal afirma, através da assessoria de
imprensa, que não é responsabilidade do órgão fiscalizar o material mencionado.
Além disso, a instituição, informa, não possui atribuição para autorizar a
aquisição de lanternas que dão choque. A reportagem entrou em contato com a
assessoria de imprensa da 10ª Região Militar, do Exército, mas até o fechamento
desta edição as ligações não foram atendidas.
Luana
Lima
Repórter
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