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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Mais de 1,5 tonelada de drogas apreendidas neste ano

A Polícia Federal (PF) está otimista em relação aos trabalhos de repressão ao tráfico de drogas no Ceará em 2015. Em apenas sete meses deste ano, já foram apreendidos 1.575 kg de entorpecentes, entre maconha e cocaína. A quantidade é bem próxima do total capturado em todo o ano passado, quando 1.942 kg foram retidos pela PF.
Boa parte do material apreendido este ano estava em aviões e tinha como destino a Europa e a África, conforme o Diário do Nordeste adiantou com exclusividade, em série publicada entre 25 e 27 de maio.

 Dos 1.575 kg, foram 800 kg interceptados nos aviões de traficantes. As operações de combate ao tráfico da PF no primeiro semestre tiveram à frente o delegado Janderlyer Lima, hoje titular da Delegacia de Combate ao Crime Organizado.
Crescimento
O atual delegado chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Erisvaldo Graça de Sousa, retorna à unidade após um ano e dois meses comandando a Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS). Ele destacou o aumento das apreensões neste ano, justificando que há mais droga circulando em todo o Estado pelo maior apelo de consumidores, o que gera as ações.
"A demanda aumentou. É a demanda que controla o mercado. E isso é mercado. Esse aumento grande é uma mudança de mercado. Se a demanda aumenta, obviamente a oferta aumenta, e os trabalhos têm sido nesse sentido, de coibir", disse.
O produto mais apreendido pelos policiais federais em 2015 foi a cocaína. Neste ano já são 1.016 kg capturados. Em todo o ano de 2014 foram 617 kg. Conforme explica o chefe da DRE, esta droga é um dos produtos priorizados pelos investigadores por seus efeitos serem mais nocivos que as demais.
"Por óbvio, não deixamos de apreender nenhuma outra droga mas, na medida do possível, até em função de não podermos alcançar tudo, a gente tem priorizado a cocaína. Entendemos que é uma droga mais lesiva ao usuário. É inevitável termos de nos preocupar mais", avaliou.
O delegado enfatizou que todos os tipos de droga, inclusive as sintéticas e anabolizantes, estão na mira dos federais.
"Temos serviços em andamento. Com certeza, (drogas sintéticas) também são foco nosso. Atingem uma parcela de público que são jovens de classe média alta. (A droga) às vezes passa despercebida, entende-se até como normal. Você vê, numa festa rave, os jovens usam, acham que é normal, que não vai fazer mal, que ninguém está olhando. Estamos sim investigando".
A quantidade de maconha apreendida, entretanto, está um pouco abaixo da média do que foi capturado ano passado. Neste ano, foram 559 kg apreendidos, ante 1.325 capturados de janeiro a dezembro de 2014.
Também têm sido constantes as operações feitas pela PF no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. Neste ano, já foram 87 kg de drogas interceptados no terminal aeroviário da Capital. Em todo o ano passado, foram 92 kg.
Apoio
A Polícia Federal não trabalha sozinha. Erisvaldo Graça de Sousa faz questão de salientar que conta com o apoio dos órgãos de segurança do Estado e que existe troca de informações. Para conseguir chegar até os traficantes, o delegado destaca o trabalho em conjunto com a SSPDS e com a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará (Sejus).
"Na medida do possível e quando necessário, as informações que nos chegam são repassadas para os órgãos. O intercâmbio entre os órgãos é bom. Nossa relação é boa", revelou.
O chefe da DRE também salienta que a unidade tem sido apoiada pela Justiça, que agiliza procedimentos, amplificando o trabalho dos agentes. "É importante a gente destacar o apoio dado pela Justiça, em especial as três varas de tóxicos da Comarca de Fortaleza na análise rápida dos pedidos da Polícia, na celeridade nos processos de interesse da Polícia", enalteceu.
Em termos de Justiça, Erisvaldo Graça de Sousa lamenta apenas o lado sujo, que foi posto à mostra pela própria Polícia Federal, quando conduziu investigação a cerca da venda de habeas corpus nos plantões do Judiciário do Estado do Ceará. Dentre os envolvidos na compra de sentenças, traficantes presos pela própria Polícia Federal.
"A operação deflagrada e conduzida pelo delegado Wellington Santiago trouxe à baila o envolvimento de advogados e de magistrados na venda desses habeas corpus. Isso causa no policial que arrisca diuturnamente a vida no combate ao tráfico um forte desânimo. Você passa seis, sete meses para prender determinado indivíduo, que você sabe da periculosidade, e ele por uma decisão ou outra é solto", disparou o delegado.
Levi de Freitas
Repórter

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