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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Falta de estrutura prejudica Prainha

Uma das mais conhecidas áreas do litoral cearense, a Prainha, no município de Aquiraz, vive contrastes diários. Ao mesmo tempo em que concentra grande parcela da movimentação turística do Estado, precisa lidar com a precária estrutura urbana, fruto do descaso do poder público. O abandono, que tem prejudicado tanto frequentadores quanto os que moram e trabalham na região, vai desde as péssimas condições das vias de acesso à orla aos atrasos em obras de revitalização e de construção do novo Centro de Rendeiras do município, o qual permanece indefinido há quase sete anos.

Os problemas ficam evidentes na própria Av. Beira-Mar daquela cidade, via mais importante da área, onde estão situadas as dezenas de barracas de praia. Sem asfalto, iluminação, canteiros centrais e sinalização, a via dificulta o tráfego de veículos e, pela noite, torna-se insegura, prejudicando o comércio e provocando medo entre visitantes. Proprietário de um dos estabelecimentos, o holandês Frank Soogen afirma que a Prainha sofre com a ausência do poder público estadual e municipal.
"Essa avenida, quando chove, vira uma lagoa. É só terra e ninguém faz nada. Os clientes preferem vir por outros lugares para não ter que passar por aqui, mas é difícil. Fora isso, com a iluminação precária, não tem segurança. Já ouvimos até relatos de barracas roubadas", aponta o empresário.
Obras paradas
A urbanização da avenida é um dos projetos da Prefeitura de Aquiraz em andamento na tentativa de recuperar a área. Isso em tese. Na prática, trabalhadores da praia afirmam que as obras, iniciadas em maio deste ano, já estão paradas. O mesmo aconteceu com a reforma da Praça da Prainha, também na Beira-Mar. O desgastado equipamento, segundo moradores, foi parcialmente demolido para a instalação de novas estruturas, a qual nunca ocorreu. Do antigo espaço, sobraram apenas os entulhos resultantes da derrubada, que, meses depois, permanecem acumulados no local.
"Fizeram a demolição toda de uma vez, mas a obra em si nem começou direito. Destruíram o que já estava feito e não fizeram mais nada no lugar. Os entulhos ainda ficaram todos jogados ao léu em plena avenida", conta o bugueiro Elvis Nogueira. "Os turistas acham horrível e, como nosso trabalho é a praia, prejudicou totalmente", acrescenta.
Outro ponto de destaque na região, o Centro de Rendeiras da Prainha também foi esquecido pelo poder público. Em 2008, o espaço foi demolido sob promessas de construção de um novo equipamento para as tradicionais artesãs. Entretanto, o projeto, de responsabilidade do Governo do Estado, nunca saiu do papel. Enquanto isso, as rendeiras tentam se adaptar para continuar trabalhando. Em tendas improvisadas no terreno que um dia abrigou o antigo Centro, carente de estruturas adequadas, elas expõem seus produtos e se esforçam para atrair visitantes.
Desvalorização
"Já perdemos vendas e parcerias por causa do aspecto das tendas. Não temos nem piso. Os turistas precisam pisar na areia quando vêm. A nossa renda representa Aquiraz, mas por causa da falta de estrutura, o trabalho é desvalorizado", diz Gracila Tomé da Cunha, vice-presidente da Associação de Rendeiras da Prainha.
Questionado sobre a atual situação do município, o secretário de Cultura e Turismo de Aquiraz, Rodolfo Fortes, afirma que a Prefeitura aguarda a liberação de recursos federais para a conclusão das obras de urbanização da Avenida Beira-Mar e reforma da Praça da Prainha. Segundo ele, para amenizar os problemas, serão providenciadas ações de limpeza e substituição da iluminação público, que devem ser executadas "dentro dos cronogramas" da gestão.
Conforme a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), o projeto do Centro das Rendeiras está em negociação com a Prefeitura de Aquiraz para sua implantação. No entanto, ainda não há prazo definido.
Vanessa Madeira
Repórter

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