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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Água e luz puxam alta nas dívidas dos brasileiros

Água e luz lideraram a alta nas dívidas dos consumidores brasileiros em junho, com acréscimo de 15,61% em relação a igual período de 2014. É o que aponta a pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
No último mês, cerca de 56,5 milhões de consumidores estavam listados em cadastros de devedores inadimplentes. Apesar do recuo de 0,86% no indicador de dívidas em atraso (a primeira queda registrada no ano), no acumulado do semestre foi registrado um aumento de 6,65%.

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, os brasileiros estão comprometendo a renda devido à inflação e ao aumento do crédito consignado. "Nós tínhamos um consignado de 30% que aumentou para 35%. Poderíamos avaliar como algo positivo, mas, devido o quadro em que o País se encontra, isso não contribuirá nas vendas", aponta.
A economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti, complementa que com a elevação da inadimplência, o consumo acaba caindo e as empresas faturam menos, podendo assim causar desemprego. "É um efeito dominó", afirma.
Quando questionada sobre o causador da elevação das dívidas, a economista argumenta que, apesar de quatro em cada 10 brasileiros estarem registrados em bancos de créditos, o grande "vilão" da inadimplência é a inflação. "A inflação é um acréscimo na conta que o consumidor não consegue fugir. Ele não vai deixar de comer ou de pagar pela habitação", diz.
Segmento credor
O segundo maior crescimento em junho ficou por conta das dívidas dos bancos, representando 9,55%. Já as dívidas no comércio ficaram praticamente estáveis, com variação de 0,07%, depois de sete meses consecutivos de queda. Os bancos são o setor credor que lideram a participação no total de dívidas em atraso, com 48,40%, seguido pelo comércio, com 20,07%.
"A falta de planejamento permeia todas as classes sociais", explica Marcela Kawauti, apontando que o número de devedores acima de 40 anos cresceu na comparação mensal, enquanto o total de devedores abaixo dessa idade caiu. Em junho deste ano, o número de inadimplentes na faixa etária de 18 a 24 anos recuou 8,75%. Na outra ponta, destaca-se o crescimento de 9,07% do número de devedores na faixa de 85 a 94 anos. Porém, a faixa etária que mais concentra devedores é a de 30 a 39 anos, com 26,83% do total. A maior parte dos devedores possui dívidas na faixa de 3 a 5 anos (37,06% do total), destaca-se também a participação do número de devedores com dívidas em atraso de 1 a 3 anos, que concentra 36,52% do total.
Negociação
"Não há dívidas impagáveis e sim negociáveis. As pessoas tendem a acreditar que, quando passam muito tempo, não há mais condições de pagamento e acabam desistindo de quitar, mas esse débito pode ser negociável pois é de interesse da empresa receber esse dinheiro", explica a economista do SPC Brasil. Ela ressalta que, no atual momento, o ideal é que os brasileiros façam uma educação financeira preventiva, preparando-se para as mudanças econômicas.
"O brasileiro não têm o hábito de pensar no seu dinheiro. Com a crise, ele já está tendo algumas atitudes, tomando mais cuidado na adesão do crédito, mas o planejamento é essencial para evitar a inadimplência", conclui.

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